O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, disse que o ex-presidente Jair Bolsonaro foi perseguido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e sofreu injustiça com a decisão que cassou seus direitos políticos por oito anos, tornando-o inelegível.
Em entrevista à Folha de S. Paulo, Valdemar Costa Neto disse que esse tipo de perseguição é que leva a população comum a reagir e eventualmente a hostilizar ministros do TSE, como supostamente aconteceu em Roma com Alexandre de Moraes.
“Bolsonaro é perseguido, lógico. Foi perseguido pelo TSE, foi injustiçado. Ele jamais podia ficar inelegível. Isso o camarada da direita vê. Eles são esclarecidos, gente de opinião”, declarou.
Além da inelegibilidade, o presidente do PL citou situações que ele considera como perseguição ou provação contra Bolsonaro e a direita. Ele lembrou da multa por litigância de má-fé aplicada por Moraes quando o partido questionou a transparência das urnas eletrônicas “O Alexandre de Moraes não me respondeu nada e me deu uma multa de R$ 22,9 milhões. É isso que o pessoal da direita não se conforma. Por isso que atacam ele [Alexandre]. Um partido levar uma multa dessa? E R$ 22,9 milhões, que são dois mais dois, mais nove, que é o número 13, do PT. Que engraçadinho. Eles devem achar muito gozado isso aqui”, declarou.
Outra provocação, segundo ele, foi a data do julgamento de Bolsonaro no TSE. “Aí vão julgar o Bolsonaro, tem tantos dias para escolher do mês, ele escolhe o dia 22 [número do PL]. Isso, o cara do PL, da direita, que fez isso com ele [agrediu Moraes] lá na Itália, acompanha. Esse é o problema. Não somos nós que fazemos campanha contra ele. Ele [o apoiador de Bolsonaro] vê um negócio desse e não se conforma.”
Valdemar, entretanto, condenou o comportamento dos supostos agressores de Moraes é errado. “Acho errado isso. Tem que ter educação e respeito pelos outros, ainda mais por autoridade. Porque, se você não tiver respeito pela autoridade, acaba o país. Eu acho que o TSE está agindo mal com o Bolsonaro por ter deixado ele inelegível. O pessoal da direita acompanha isso. E daí reage.”
O político também disse, na entrevista à Folha, que Bolsonaro não tem esperanças de ser candidato até 2030, mas que o PL estuda recorrer a tribunais internacionais para reaver esse direito. “Para o Bolsonaro, está liquidado o assunto. Ele falou ‘Não adianta, do jeito que estão as coisas, esse pessoal vai me deixar impedido de ser candidato’”, disse. Apesar disso, o PL está “estudando agora outra forma para ver se tem algum órgão internacional” para reverter a decisão do TSE.
Segundo o presidente do PL, caberá a Bolsonaro escolher quem disputará a Presidência pela direita em 2026. “O Tarcísio [governador de São Paulo] é um cara bom, lógico. Você tem também o [Romeu] Zema [governador de Minas Gerais]. É muito bom. Agora precisa ver o que o Bolsonaro vai decidir.
Sobre Michelle Bolsonaro, Valdemar disse que ela poderá se candidatar ao Senado. “Na minha opinião, sai de senadora, iria bem em Brasília. A Michelle é uma surpresa. Ela está indo muito bem. Onde ela vai, bomba”.