Centenas de cristãos foram assassinados em uma série de ataques no estado de Plateau, na Nigéria, entre a noite de sábado, 24 de dezembro, e a manhã de segunda-feira, 26. Outras centenas ficaram feridos, chamou a atenção que as Nações Unidas, o Médicos Sem Fronteiras e outras organizações internacionais não mencionaram o massacre natalino na Nigéria.
Os conflitos entre as diversas comunidades de Plateau são frequentes e constantes e a violência geralmente envolve pastores e agricultores. Os pastores são, em sua maioria, muçulmanos, enquanto os agricultores são predominantemente cristãos, o que contribuiu, ao longo dos anos, para enquadrar essa violência como sendo de motivação étnico-religiosa.
As tensões religiosas entre muçulmanos e cristãos na Nigéria existem há tempos. Os responsáveis governamentais dizem que elas resultam de uma competição por terras, mas há algo além de uma mera disputa territorial.
O presidente da Coalizão de Nacionalidades Étnicas da Juventude de Plateau, Paul Dakete, enfatizou que os assassinatos transformaram as celebrações de Natal em um período de luto.
No domingo, 25, o governador do estado de Plateau, Caleb Mutfwang, classificou a ação como “bárbara, brutal e injustificada”.
A Anistia Internacional disse à Associated Press que a maioria das mortes ocorreu nas áreas de Bokkos e Barkin-Ladi, de maioria cristã, e apelou ao Estado para que realize uma investigação eficaz e imparcial para compreender o que motivou os ataques que deixaram de luto as comunidades cristãs do país.
Os ataques não foram reivindicados por nenhum grupo até o momento. As regiões noroeste e central da Nigéria há muito sofrem com ataques jihadistas do grupo Boko Haram, mercenários próximos do Estado Islâmico e gangues criminosas que saqueiam aldeias, matam ou raptam os seus habitantes.
Em 2023, a ONG Portas Abertas publicou um relatório segundo o qual mais cristãos são mortos na Nigéria a cada ano do que em todos os outros países juntos.
Na França, o Ministério da Europa e dos Negócios Estrangeiros divulgou um comunicado de imprensa com quatro linhas sobre o ocorrido.
O presidente do Reconquête (partido de direita francês), Éric Zemmour, fez um longo comentário no seu perfil do X:
“Mais de 130 cristãos massacrados na Nigéria na véspera de Natal, por grupos mercenários ligados ao Boko Haram e ao Estado Islâmico, em 20 ataques coordenados em aldeias. Entre as vítimas estavam um grande número de mulheres, crianças e pastores protestantes e suas famílias. Eles estavam se preparando para as celebrações do Natal.