O déficit das empresas estatais atingiu o maior nível da série histórica, no acumulado de janeiro a agosto de cada ano: R$ 7,21 bilhões, segundo dados do Banco Central. As estatais federais tiveram resultado negativo de R$ 3,37 bilhões no período, enquanto as estaduais ficaram no vermelho em R$ 3,85 bilhões.

Os números do Banco Central contabilizam o resultado das empresas “abaixo da linha”, ou seja, captando a variação do endividamento das companhias. Esse conceito é diferente do que aparece no balanço das empresas ou no resultado do Tesouro, que mede o fluxo de entrada e saída de recursos do caixa, conceito chamado “acima da linha”.

Os números chamaram atenção, já que o Tesouro é o garantidor em última instância das empresas públicas, mas especialistas apontam que há melhor qualidade na composição desse déficit, que tem sido puxado por investimentos das empresas federais e por pagamento de debêntures (também ligadas a investimentos) pelas estaduais, principalmente nas companhias de saneamento.

Segundo Alex Agostini, economista-chefe da Austin Ratings, o déficit seria preocupante se fosse puxado por aumento de gastos de custeio, como despesas com pessoal.

“(O déficit) não preocupa. O que geralmente preocupa são os gastos com custeio. O que estamos vendo agora são emissões de debêntures, que viram despesas financeiras quando começam a ser pagas. Em geral, no termo de captação, o gasto tem destino”, afirmou.

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