O presidente da Argentina, Javier Milei, revogou no sábado 9 um decreto que aumentava o seu salário, de ministros e de secretários em cerca de 50%. Além disso, ele culpou a ex-presidente Christina Kirchner pelo aumento.
Na acusação à ex-mandatária, Milei citou um decreto de 2010, quando Cristina era presidente da Argentina. À época, foi estabelecido uma escala ascendente de retribuições ao alto escalão do governo. A medida ainda vinculava os reajustes concedidos aos demais funcionários públicos.
“Acabo de ser informado que em decorrência de um decreto assinado pela ex-presidente Cristina Kirchner em 2010, que estabelecia que os dirigentes políticos deveriam ganhar sempre mais que os funcionários da administração pública, foi concedido um aumento automático aos quadros políticos deste governo”, escreveu Milei, em sua conta oficial do Twitter/X.
Depois disso, o governo argentino publicou um comunicado oficial. A nota informa a anulação do decreto que garantia os reajustes salariais.
De acordo o texto, a lei assinada anteriormente por Cristina Kirchner “foi concebida e executada com o objetivo de proteger os bolsos da ‘casta’”, termo usado pelo presidente argentino para se referir à classe política.
Cristina Kirchner rebate as acusações de Milei
Em resposta, a ex-presidente disse que o aumento de salário não constava na primeira versão do decreto assinado por Milei. Segundo ela, a medida foi incluída na versão posterior.
“Quero pensar que você leu o que assina”, disse a ex-presidente. “O decreto que assinei há 14 anos não tem nada a ver com isso.”