O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes ligou para o padre Júlio Lancellotti na quinta-feira 4 para lhe prestar “solidariedade e apoio”. O próprio religioso divulgou a informação, em entrevista ao canal CNN Brasil nesta sexta-feira. “Ele [Moraes] disse que está juntando todas as informações e, para isso também, ia conversar com o presidente da Câmara Municipal de São Paulo”, contou Lancellotti.

Uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara Municipal de São Paulo foi requerida com o objetivo de analisar o trabalho das organizações não governamentais (ONGs) no centro da capital paulista. Por sua atuação de longa data na região, o padre Júlio Lancelotti acabou personificando o “alvo” do colegiado, apesar de seu nome não constar no pedido.

Além disso, de acordo com o padre, Moraes lhe pediu que, “naquilo que fosse necessário, nós o acionássemos”.

O objetivo da conversa de Moraes com o presidente da Casa seria “entender como é que está funcionando, porque se fala da CPI, mas ela é [ainda] uma proposta”, afirmou Lancelotti.

O autor do requerimento para a abertura dessa CPI é o vereador Rubinho Nunes (União). Ele o protocolou a solicitação de instalação do colegiado em 6 de dezembro.

“Ontem à noite, o ministro Alexandre de Moraes me ligou, eu fiquei muito sensibilizado com essa ligação”, relatou Lancelotti, ao reforçar que conversou com o ministro do STF, de quem avisou ser amigo há três décadas. “Ele manifestou solidariedade, apoio. Porque eu conheço o ministro Alexandre de Moraes há mais de 30 anos, desde o seu trabalho aqui em São Paulo.”

Nunes afirma que a CPI tem como objetivo “examinar as atividades desempenhadas” pelas ONGs que atuam no centro de São Paulo. O vereador entende que tais organizações promovem uma “máfia da miséria”, que “explora os dependentes químicos”, em especial na região conhecida como Cracolândia.

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