Após deixar o Complexo de Gericinó, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, no dia 4 de julho, o traficante Elizeu Felício de Souza, condenado pela morte do jornalista Tim Lopes, não compareceu para instalar a tornozeleira eletrônica exigida pela Justiça. O criminoso, agora considerado foragido, ficou mais de 13 anos detido e conseguiu progressão de pena do regime fechado, para prisão domiciliar. Depois de deixar a prisão, ele tinha cinco dias para se apresentar à Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap) e instalar o dispositivo, mas não o fez.

As autoridades já foram informadas sobre o desaparecimento do traficante, o único que foi preso acusado de ter matado o jornalista em 2 de junho de 2002. O criminoso só foi preso em novembro de 2010, após ser capturado durante a ocupação dos complexos do Alemão e Penha.

OUTROS CONDENADOS

Dos sete condenados em 2005 pela morte do jornalista, apenas Zeu seguia preso. O mandante do assassinato, o traficante Elias Pereira da Silva, conhecido como Elias Maluco, foi achado morto em 2020, em uma cela da Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná.

Tim foi assassinado após ser descoberto por traficantes da região da Vila Cruzeiro quando circulava pelo local com uma microcâmera no bolso da camisa, que filmava a venda de drogas na comunidade. O jornalista foi levado para o alto da favela da Grota e, no trajeto, levou um tiro no joelho para impedir que fugisse.

Lopes acabou sendo torturado por Elias Maluco e seus comparsas, incluindo Zeu, e, em seguida, foi esquartejado e teve o corpo incinerado. O desaparecimento do jornalista foi registrado no dia 2 de junho de 2002, mas somente no dia 5 de julho, ou seja, mais de um mês depois, um exame de DNA confirmou que os restos mortais encontrados no alto da favela eram mesmo de Tim.

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