O número de mortos em consequência do terremoto de 7,6 graus de magnitude que atingiu a costa oeste do Japão nesta segunda-feira (1°) subiu para 57, enquanto continuam os esforços de resgate e a busca por pessoas presas sob os escombros dos edifícios desabados, segundo informaram fontes oficiais japonesas.

A cidade de Wajima, a cerca de 500 quilômetros de Tóquio e situada muito perto do epicentro do sismo, foi uma das mais atingidas pelo terremoto, que provocou o desabamento de cerca de 25 edifícios, muitos deles habitações particulares, nesta localidade de cerca de 27 mil habitantes.

As autoridades acreditam que pessoas ainda possam estar presas sob os restos de 14 desses edifícios, segundo dados do Corpo de Bombeiros local, que segue realizando operações de resgate.

Em várias das cidades afetadas, dezenas de pessoas foram levadas a hospitais e os esforços de resgate continuam, razão pela qual o número de mortos deverá aumentar nas próximas horas.

Imagens captadas pela NHK na manhã desta terça-feira (2) mostraram um prédio de sete andares colapsado e uma coluna de fumaça subindo em uma área central de Wajima conhecida por seu mercado matinal.

A província também sofreu um incêndio que afetou mais de 200 estruturas e persiste em algumas áreas, embora as chances de se espalhar ainda mais sejam mínimas, segundo as autoridades.

PREMIÊ

O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, realizou na manhã desta terça uma coletiva de imprensa na qual disse que ele próprio será o responsável pela gestão do desastre.

– Serei o diretor-geral, mobilizarei as Forças de Autodefesa, a Guarda Costeira japonesa, os bombeiros e a polícia – explicou o premiê.

Kishida comentou ainda que está sendo extremamente difícil o acesso de veículos às áreas do norte da península de Noto e que o governo já enviou suprimentos por navio.

O líder do Executivo japonês também pediu aos moradores das zonas afetadas “que atuem com segurança”, uma vez que “o risco de desmoronamentos de casas e deslizamentos de terras está aumentando nos pontos onde os tremores foram fortes”.

De acordo com os últimos números da tarde desta terça, cerca de 32 mil pessoas foram evacuadas nas províncias de Ishikawa, Toyama e outras áreas próximas, enquanto os serviços aéreos e ferroviários locais permanecem suspensos.

Cerca de mil soldados das Forças de Autodefesa japonesas estão participando das operações de resgate.

Já o número de casas sem eletricidade, principalmente em Ishikawa, está atualmente estimado em dezenas de milhares.

Felizmente, as subidas do nível do mar detectadas em diferentes localidades japonesas, e até mesmo na vizinha Coreia do Sul, não causaram danos significativos.

O terremoto desta segunda é o mais mortal no Japão desde abril de 2016, quando dois terremotos de 6,5 e 7,3 graus de magnitude atingiram a ilha japonesa de Kyushu, deixando mais de 200 mortos e mais de mil feridos.

O Japão é considerado o país mais preparado do mundo para gerir desastres naturais devido à sua frequência. As construções resistentes a fortes sismos e uma população prevenida são as principais chaves para a sua proteção.

Uma lei de 1981 marcou um antes e um depois nos padrões de construção antissísmica do país, que foram reforçados nas últimas décadas e que são, segundo especialistas, os mais elevados do mundo.

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