O jornalista Leonardo Coutinho, colunista da Gazeta do Povo, desmentiu afirmações da ministra da Saúde, Nísia Trindade, a respeito do preparo do país para o avanço da dengue. Nísia afirmou em redes sociais que o Brasil “adquiriu todas as doses disponíveis da vacina contra a dengue, na maior aquisição no mundo”. “O Ministério da Saúde, apesar de todos os sinais de que uma pandemia de dengue batia à porta, preferiu ‘priorizar a indústria nacional’ e vacinas que sequer existiam [não estão prontas]”, declarou Coutinho nas redes sociais.
Coutinho mostrou, nas redes sociais, declarações nas quais havia informações, dentro do próprio ministério, de que o governo brasileiro priorizava a produção de vacinas do país e que isso iria demorar pelo menos um ano. Numa delas, a declaração foi do secretário de Ciência, Tecnologia Inovação e Complexo da Saúde do ministério, Carlos Gadelha.
“Quando a gente pensa em vacinas, é importante destacar o papel central da produção nacional”, afirmou Gadelha.
A previsão, no entanto, de acordo com o texto, era de que o estudo da vacina nacional seria enviado para análise somente em meados de dezembro de 2024. Na prática, prosseguiu o artigo, a aprovação deve ficar para 2025.
Coutinho mostrou também uma outra matéria indicando a lentidão do governo para fazer frente à doença. Na reportagem, o Ministério da Saúde informava que o imunizante produzido pela japonesa Takeda ainda precisava de análises técnicas, antes de ser incorporado à rede pública. O prazo até sua possível utilização deveria demorar um ano, segundo o texto.
Vacinação contra a dengue começa em fevereiro no Brasil
De acordo com reportagem de O Globo, a baixa capacidade de produção da empresa produtora, a Takeda, é o principal fator para a restrição de idade e de regiões.
No sábado 3, Nísia admitiu que a produção da vacina contra a dengue pode ser ampliada com a ajuda do Instituto Butantan e da Fiocruz.
O governo passou a utilizar o imunizante Qdenga, da Takeda, que será incorporado ao calendário de vacinação dos postos de saúde a partir de fevereiro. Inicialmente será restrito, direcionado a grupos prioritários, no caso crianças e adolescentes de 10 a 14 anos.