A polícia italiana deve entregar ainda nesta semana à Polícia Federal do Brasil as imagens do circuito interno de câmeras de vigilância do Aeroporto de Roma que captaram o episódio da suposta agressão ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na sexta-feira 14.

Segundo o jornal O Globo, as imagens foram preservadas e serão solicitadas ao governo italiano por cooperação internacional.

Com as imagens, a PF poderá investigar o que de fato ocorreu, uma vez que, segundo a PF, as versões são divergentes. Moraes, ao comunicar o caso à PF, deu uma versão que foi confrontada pelos três suspeitos: o empresário Roberto Mantovani Filho, sua mulher, Andreia Munarão, e o genro do casal, o corretor de imóveis Alexandre Zanatta.

A PF, que afirma ter competência para apurar os atos ocorridos no exterior, investiga a prática de crimes contra a honra, agressão e até por atos antidemocráticos.

A versão de Moraes

No relato à PF, Moraes afirmou que a confusão começou quando Andreia Munarão se aproximou dele e o chamou de “bandido, comunista e comprado”. Então, Mantovani teria passado a gritar e dado um tapa nos óculos do filho do ministro, que também se chama Alexandre.

Depois disso, os agressores teriam seguido a família até a sala VIP do aeroporto, onde a discussão continuou. Moraes, que estava sem escolta policial, voltava de uma palestra na Universidade de Siena.

A versão dos suspeitos

Os três suspeitos, além do filho de Mantovani, que teria ajudado a conter as agressões, foram intimados a depor no domingo 16, mas só Zanatta compareceu. Ele afirmou que não estava presente no início da discussão e disse que só foi chamado quando a situação já estava praticamente resolvida. Zanatta disse ainda que não ofendeu ninguém.

Já Mantovani e Andreia não prestaram depoimento, alegando que estavam em um compromisso fora de Piracicaba quando foram intimados a depor pela Polícia Federal da cidade.

Em nota, os dois disseram que não ofenderam nem tampouco agrediram Moraes, mas teriam sido confundidos com outras pessoas. Segundo eles, por causa dessa “confusão interpretativa” houve um “desentendimento verbal entre ela e duas pessoas que acompanhavam o ministro”.

A nota diz ainda que “diante dessa discussão, que ficou acalorada diante das graves ofensas direcionadas a Andréa, Roberto, que tem mais de 70 anos, precisou conter os ânimos do jovem ofensor”. Segundo a versão do casal, portanto, teria sido o filho de Alexandre de Moraes quem os agrediu.

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