O preço médio do café (300 gramas) em Fortaleza passou de R$ 10,91 em abril de 2024 para R$ 21,09 no mesmo mês deste ano, totalizando uma alta de 93,31%, segundo dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Ou seja, o consumidor cearense está pagando praticamente o dobro pelo mesmo produto. Com esse aumento, o tempo que o trabalhador precisa dedicar para adquirir o café do dia a dia quase triplicou, passando de 1 hora e 42 minutos para 3 horas e 4 minutos.
Esse foi o item da cesta básica de abril com a maior variação anual, seguido pelo pão, óleo e carne (veja o quadro abaixo).
O técnico do Observatório da Agricultura Familiar do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Arianderso Melo, explica que diversos fatores têm contribuído para o aumento do custo do café no Brasil.
Entre eles, destaca-se o crescimento da demanda internacional, aliado à valorização do dólar, o que incentivou as exportações e reduziu a oferta do produto no mercado interno, elevando seu preço no varejo brasileiro.
O aumento no custo do café iniciou há cerca de dois anos, puxado pela quebra de safra causada por condições climáticas adversas, somada ao crescimento da demanda global. A crise climática tem afetado importantes países produtores, como Brasil, Vietnã e Colômbia.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), já reflete a tendência de estabilidade nos preços.
Em abril deste ano, o custo do café apresentou queda para 3,30% na região da Grande Fortaleza, ficando abaixo da média nacional, que foi de 4,48%.