O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou o pedido de liberdade provisória apresentado pela defesa de Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF). O magistrado proferiu a decisão na quarta-feira 6, em segredo de Justiça.

Diligências sobre o caso seguem em andamento. De acordo com Moraes, Silvinei poderia oferecer riscos para a coleta de provas e para testemunhas da investigação. A defesa do ex-diretor da PRF protestou contra a decisão e alegou que o ministro não apreciou seus argumentos.

Mais tarde, os advogados Anderson Almeida, Eduardo Pedro Nostrani Simão, Marcelo Rodrigues e Alexander Brasil, responsáveis pela defesa de Silvinei, participaram de uma reunião com Moraes, a portas fechadas, para debater o teor da decisão.

A prisão de Silvinei Vasques

Em 9 de agosto, a Polícia Federal (PF) prendeu o ex-diretor da PRF. Entre os crimes investigados estão prevaricação, que ocorre quando um servidor público deixa de exercer o seu dever; violência política; e impedir ou atrapalhar a votação das eleições.

Em 30 de outubro, ainda sob o comando de Silvinei, a PRF realizou blitzes em todo o país. No Nordeste, políticos ligados a Lula acusaram Vasques de tentar atrasar eleitores do petista. Isso porque a quantidade de carros parados naquela região seria maior que no Sul e Sudeste, onde Bolsonaro tinha mais vantagem que o adversário.

Depois da prisão de Vasques repercutir nas redes sociais, o jurista Caio Paiva criticou a maneira como o processo foi conduzido.

“O motivo autorizador da prisão preventiva deve ser contemporâneo à sua decretação”, disse Paiva, ao chamar a decisão de questionável. “Vamos aguardar a disponibilização da decisão para conferir a fundamentação. Mas dificilmente terá sido observado o requisito da contemporaneidade.”

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