Os estragos deixados pela enchente registrada no município de Milhã, na última segunda-feira, 27, seguem expostos em dois bairros da cidade: Dom Mauro e São Francisco. As consequências da tragédia afetam os cerca de 14 mil moradores da Cidade, já que o abastecimento de água está completamente afetado.
Quem caminha pelas áreas mais afetadas de Milhã pode ter noção da violência com que a correnteza atingiu o que estava pela frente. Postes, árvores, grandes rochas e, até mesmo o tanque de um caminhão pipa, ainda estão espalhados pelo solo. Grande parte da encanação responsável pelo abastecimento do município foi levada pela força da água.
“A previsão é de que o abastecimento seja regularizado até a próxima semana. Nosso encanamento foi bastante prejudicado. Estamos contando com a ajuda de outros municípios. Dando graças a Deus que as paredes do açude que abastece Milhã resistiram, se ele não tivesse aguentado, nós ficaríamos o ano sem água”, destaca o prefeito da cidade de Milhã, Alan Macêdo.
No dia em que a enchente foi registrada, os dados da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) mostraram que o açude Jatobá, principal fonte de abastecimento hídrico da Cidade, chegou a sangrar. Em apenas 24h, o nível de ocupação do açude subiu em mais de 50%.
Devido à falta de água, caminhões-pipa auxiliam na limpeza das vias e das casas que foram atingidas pela enxurrada. Entulho, lama e vegetação ainda estão sendo retirados de muitas residências, como conta Cilânia Pinheiro, 51. “Eu perdi quase todos os meus móveis. Quando voltamos na terça, isso aqui estava virado. Muita aflição. Ainda sigo sem água, você imagina como deve ter sido pra limpar isso aqui”, relata.
De acordo com o prefeito Alan Macêdo, ações de gestores de outros municípios devem acelerar o processo de recuperação do sistema de abastecimento hídrico de Milhã. “Estamos contando com todo o apoio de Quixeramobim, Mombaça, Madalena, Banabuiú e outros, já mandaram canos para o nosso município. Já fizemos compra de outros. Muito em breve tudo será regularizado”, completa.
Fonte: O Povo