A justiça Cearense mandou soltar um jovem de 19 anos conhecido como Antônio Wesley Gomes Pereira, ele foi preso em Fevereiro de 2021, por portar mais de 1 kilo de droga em flagrante pelo o Comando Tático Rural (Cotar), de acordo com a Secretária de Segurança Pública ele é natural do Espírito Santo e estava no Ceará, onde se aliou facção criminosa Comando vermelho na cidade de Ipueiras.
Antonio recebeu alvará de soltura por excesso de prazo na instrução processual. Para o magistrado que assinou a decisão, “a simples soma aritmética dos prazos procedimentais não resulta em excesso de prazo”, mas o juiz entendeu que ao analisar detalhadamente o caso, “o feito foge aos parâmetros de razoabilidade de uma instrução processual de réu preso”, afirmou.
De acordo com documento a qual a reportagem teve acesso, o réu foi preso em 23 de fevereiro de 2021 e até o presente momento, a instrução processual não foi encerrada. Um dos motivos, conforme a decisão, é a insistência do Ministério Público em ouvir a testemunha de acusação, ausente na audiência realizada no dia 12 de dezembro de 2023.
“Além disso, antes da realização da referida audiência, em agosto do presente ano, o acusado teve a sua prisão preventiva reanalisada e mantida, tendo em vista não haverem novos fatos que modificassem a situação do processo. Entretanto, após a realização do ato audiencial, não foram constatados novos feitos que justificassem a restrição de liberdade imposta ao acusado, bem como já se passaram mais de 90 (noventa) dias da última análise. Portanto, embora o feito tenha um atraso natural à marcha processual, entendo que perpassado quase 33 (trinta e três) meses da determinação da prisão preventiva, há excesso de prazo que justifica a liberdade do recluso”.
A investigação policial desencadeada após a prisão em flagrante de Wesley e outros comparsas resultou na descoberta de um elaborado esquema de batismo de novos membros para a facção criminosa, em Ipueiras. Diante da ausência de novos batizados nas ruas, já que a maioria dos integrantes do grupo estava encarcerada, os chefes passaram a arregimentar novos integrantes.
Todo esse arcabouço de provas consta no processo movido contra Wesley e outros membros da mesma facção.
“Sendo assim, considerando que Gleidson Martins da SIlva, Francisco Davi Bezerra de Medeiros e Antônio Wesley Gomes Pereira, e outros ainda não identificados, compõem uma estrutura organizada voltada para a traficância de drogas na cidade (de Ipueiras) e adjacências, sendo partes integrantes da facção denominada Comando Vermelho, encontram-se subsumidos ao tipo penal descrito no artigo 2º d Lei 12.850/13 (Lei das Organizações Criminosas)”, diz trecho de documento da investigação da Polícia Civil do Ceará.