O governo brasileiro condenou a série de explosões simultâneas que atingiram, nesta terça-feira (17), centenas de pagers no Líbano. Os aparelhos eram utilizados por integrantes do grupo terrorista Hezbollah. O Ministério das Relações Exteriores não cita a organização terrorista na nota divulgada nesta noite.
“O governo brasileiro condena a série de explosões coordenadas e simultâneas de centenas de aparelhos eletrônicos de comunicação ocorridas hoje, dia 17, no Líbano, as quais resultaram na morte de ao menos nove pessoas, incluindo uma menor de idade, assim como em centenas de feridos”, diz o comunicado.
Segundo o Ministério da Saúde Pública local, pelo menos nove pessoas morreram e mais de 2.800 ficaram feridas, cerca de 200 delas em estado grave. O governo libanês e o Hezbollah atribuíram a Israel a responsabilidade pela ação.
O Itamaraty afirmou que “tais atos conduzem a escalada significativa de tensões na região e exacerbam o risco de alastramento do conflito”. O governo israelense e o grupo xiita protagonizam um conflito na região de fronteira desde o início da guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza, com trocas de bombardeios.
O governo brasileiro considera que as ações “demonstram, também, que, lamentavelmente, têm sido inócuos os múltiplos apelos da comunidade internacional para que atores no Oriente Médio exerçam máxima contenção”.
O Ministério das Relações Exteriores informou que a embaixada do Brasil em Beirute, capital do Líbano, não tem registro de nacionais brasileiros entre as vítimas. A representação diplomática está “empenhada em prestar as orientações devidas à comunidade brasileira na delicada situação securitária em que se encontra o Líbano”, reforçou o Itamaraty.
Por volta das 15h30 desta terça-feira (9h30 em Brasília), um grande número de pagers nas mãos de membros do Hezbollah explodiu simultaneamente em várias partes do Líbano, principalmente no sul do país e em outros lugares controlados pelo grupo xiita nos arredores da capital, Beirute.
O Hezbollah reconheceu que os pagers estavam em posse de seus membros e afirmou que ainda não sabe o que causou as detonações. O grupo terrorista disse em um comunicado que seus especialistas estão realizando uma investigação “científica e de segurança” em grande escala para determinar as causas do que aconteceu.