O ex-presidenciável Ciro Gomes (PDT) subiu novamente o tom ao falar do ministro Camilo Santana (PT0, seu ex-aliado no Ceará. O pedetista disse enxergar uma “ditadura” que teria Camilo como articulador e a movimentação estaria “destruindo” as bandeiras ideológicas do PT, além de estar “por trás” do racha que assolou o PDT.
Nessa esteira, Ciro alfinetou o processo interno da sigla, em que a deputada federal Luizianne Lins tenta se viabilizar como candidata à prefeitura de Fortaleza. Para Ciro, Luizianne é “vitima também dessa ditadura que está acontecendo no Ceará”. O PT tem cinco pré-candidatos no PT que disputam quem será o candidato da sigla em Fortaleza, entre eles, a deputada e Evandro Leitão, presidente da Assembleia Legislativa (Alece), que tem recebido apoio da cúpula petista para ser o indicado. O nome será decidido em encontro no dia 21 de abril.
Ciro citava números comparativos da construção de postos de saúde das últimas gestões em Fortaleza, quando mencionou Luizianne e fez duras críticas a Camilo.
“A Luizianne em dois mandatos fez dois postos de saúde, não estou colocando defeito, porque a Luizianne é vitima também dessa ditadura que está acontecendo no Ceará, vocês não têm ideia. O PT, em Iguatu, filiou o neto do Zé Ilo. O PT do Camilo Santana filiou o filho do Espedito em Aracati em detrimento da estrutura de tradição ideologica”, disse, ao comentar os processos de filiação do PT.
E seguiu: “Essa é a cara do Camilo, é de destruir tudo, o Camilo está por trás dessa cisão do PDT, está por trás de toda a cooptação dos partidos, ele está destruindo o PT como organização ideológica, que eu fui contrario, mas sempre respeitei. Se vocês quiserem, deixem o Camilo estabelecer uma ditadura no Ceará, mas eu vou lutar”.
O ex-presidenciável comparou ainda o ministro e os aliados ao período dos coronéis, além de alfinetar o governador Elmano de Freitas (PT) quando às cobranças feitas por servidores públicos e professores da rede estadual.
“Não tem resposta para isso se não constituir no povo cearense um levante, é isso que vou fazer. O primeiro grande embate é Fortaleza, porque, se você bem reparar, há um esforço quase que sistemático de construir uma certa ditadura no Ceará, que nem os coronéis tentaram, porque, pelo menos entre eles eram três, e a divergência entre Virgilio (Távora), Adauto (Bezerra) e César (Cals) acabava permitindo, mas ainda sim o acordo que fizeram fez muito mal ao Ceará”, afirmou.
Ciro citou ainda que “delegou” ao irmão, o hoje senador Cid Gomes (PSB) e a Camilo, ambos ex-governadores com seu apoio, a sequência de ações. “Eu ajudei a fundar esses dois, essas duas personalidades, tenho segurança, sem qualquer tipo de coisa, pensando no bem do Ceará. Não fiz pra mim, nunca fui candidato outra vez municipal, eu criei a vida desses dois. E eu nunca pensei que aquilo que eu estava fazendo fosse resultar nisso”, disse em tom de lamento.