Entre janeiro e março deste ano, o Brasil registrou 2.045.277 casos de dengue, de acordo com dados mais recentes divulgados pelo Painel de Arboviroses do Ministério da Saúde, o infectologista Carlos Starling, consultor científico da Sociedade Brasileira de Infectologia diz que o número real da dengue deve ser 5 vezes maior que o oficial.
“Considerando a subnotificação de casos registrada nas epidemias anteriores, o número real deve ser cinco vezes maior que o oficial. Portanto, se o número de casos tiver tendência de queda, será por exaustão de pessoas susceptíveis ou prolongamento do ciclo do mosquito”, disse o infectologista em entrevista ao Estado de Minas.
Mais de 715 pessoas morreram por complicações relacionadas à doença. A causa de outros 1.078 óbitos é investigada.
“Primeiro, isso se deve ao elevado número de óbitos que precisam ser analisados e confirmados. A ficha de coleta de dados para confirmação das mortes é enorme e preenchida manualmente nos hospitais, onde o fluxo de pacientes é cada vez maior, o que também impede uma resposta rápida. Segundo, está ligado à precariedade do sistema de vigilância epidemiológica que temos em níveis federal, estadual e municipal. Faltam recursos humanos e tecnologias que permitam o processamento ágil dessas informações — cruciais para a gestão dessa e de outras crises sanitárias que enfrentaremos. Parece até que nossos gestores não aprenderam nada com a pandemia da COVID-19” afirmou o infectologista Carlos Starling
Neste ano, foram confirmados 99.252 casos de chikungunya no país. A doença causou a morte de 37 pessoas. A causa de outros 72 óbitos é investigada. O zika vírus atingiu 1.318 brasileiros e não provocou mortes.