A Câmara dos Deputados aprovou o texto-base do novo regime fiscal para as contas da União a fim de substituir o atual teto de gastos. A proposta foi aprovada por 372 votos a 108, na forma do parecer do relator, deputado Claudio Cajado (PP-BA).
Os deputados ainda precisam analisar destaques que podem alterar pontos do texto. A votação será retomada nesta quarta-feira (24), a partir das 13h55.
Na noite desta terça-feira (23), foi votado um dos destaques, da Federação Psol-Rede, que pretendia retirar do texto o capítulo que trata das vedações de gastos impostas ao governo se a meta de resultado primário não for cumprida. Foram 429 votos a favor e 20 contra, mantendo-se o trecho.
Sustentabilidade da dívida
O Projeto de Lei Complementar (PLP) 93/23 fixa regras para manter as despesas abaixo das receitas a cada ano e, se houver sobras, usá-las apenas em investimentos, buscando trajetória de sustentabilidade da dívida pública.
Segundo o substitutivo do relator, critérios para a variação real (descontada a inflação) da despesa são fixados de forma permanente, sem depender do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), como no texto original.
Assim, a cada ano, haverá limites da despesa primária reajustados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e também por um percentual do quanto cresceu a receita primária descontada a inflação.
Cajado incluiu ainda a obrigatoriedade de o governo adotar medidas de contenção de despesas caso não seja atingido o patamar mínimo para a meta de resultado primário a ser fixada pela LDO.
A variação real dos limites de despesa primária a partir de 2024 será cumulativa da seguinte forma:
– 70% da variação real da receita caso seja cumprida a meta de resultado primário do ano anterior ao de elaboração da Lei Orçamentária Anual (LOA); ou
– 50% do crescimento da despesa se houver descumprimento da meta de resultado primário nesse mesmo ano de referência.
“Quero deixar claro que esse texto melhorou em muito o projeto original. Quanto às exceções, eu garanto que o futuro mostrará que não haverá prejuízo. Inclusive, haverá aumento real acima da inflação”, disse o relator, referindo-se à incorporação dos valores do piso da enfermagem, ao Fundeb e ao fundo do Distrito Federal dentro dos limites de despesa.
Oposição discorda
Para alguns deputados, no entanto, o ideal é o modelo do teto de gastos. O deputado Marcel van Hattem (Novo-RS) afirmou que o novo regime fiscal vai “incentivar a gastança”. “É um cheque em branco do dinheiro do povo para o governo gastar”, disse.
O líder da oposição, deputado Carlos Jordy (PL-RJ), também criticou a medida. “Antes tínhamos o teto de gastos, agora estamos criando o piso de gastos”, alertou.
Veja como votaram os Deputados Cearenses
Votaram a favor
- André Figueiredo (PDT-CE) -votou Sim
- Célio Studart (PSD-CE) -votou Sim
- Danilo Forte (União-CE) -votou Sim
- Domingos Neto (PSD-CE) -votou Sim
- Eduardo Bismarck (PDT-CE) -votou Sim
- Eunício Oliveira (MDB-CE) -votou Sim
- Fernanda Pessôa (União-CE) -votou Sim
- Idilvan Alencar (PDT-CE) -votou Sim
- José Airton (PT-CE) -votou Sim
- José Guimarães (PT-CE) -votou Sim
- Júnior Mano (PL-CE) -votou Sim
- Leônidas Cristino (PDT-CE) -votou Sim
- Luiz Gastão (PSD-CE) -votou Sim
- Luizianne Lins (PT-CE) -votou Sim
- Matheus Noronha (PL-CE) -votou Sim
- MauroBenevides Fo. (PDT-CE) -votou Sim
- Moses Rodrigues (União-CE) -votou Sim
- Yury do Paredão (PL-CE) -votou Sim
Votaram Contra
- André Fernandes (PL-CE) -votou Não
- Dr. Jaziel (PL-CE) -votou Não
- Dayany Bittencourt (União-CE) -votou Não
Não votaram
- AJ Albuquerque (PP-CE) – Não votou