A ministra Rosa Weber, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), atendeu a um pedido do colega Alexandre de Moraes e determinou que o julgamento do quarto réu do 8 de janeiro seja feito no plenário virtual. Nesse tipo de julgamento, não há discussão entre os ministros e tampouco transmissão do julgamento pela TV Justiça. Os votos escritos ou a manifestação de concordância com o relator ou com a divergência são protocolados no sistema virtual da Corte.
Na decisão proferida na segunda-feira 18, Rosa marcou o início do julgamento virtual para a terça-feira 26. Os votos podem ser feitos até as 23h59 do dia 2 de outubro.
Dois dos três primeiros réus foram condenados a penas de 17 anos; um deles, a pena de 14 anos. O quarto réu é Moacir José dos Santos, de 52 anos. Ele foi preso no Palácio do Planalto e permaneceu na cadeia até o início de agosto, quando foi solto por ordem de Moraes. Santos é obrigado a cumprir medidas cautelares, como usar tornozeleira eletrônica e recolher-se em sua residência à noite, além de já ter entregado o passaporte.
Embora esteja comprovado que o réu estava no Planalto, a defesa afirma que não há nenhuma prova de que ele tenha participado do quebra-quebra. Da mesma forma que os outros três réus já condenados, Santos é acusado de associação criminosa, dano qualificado, tentativa de golpe de Estado e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.
As sessões de julgamento dos primeiros réus foram marcadas por bate-boca entre os Moraes e André Mendonça, que votou por uma punição mais branda que o relator, de 7 anos e 11 meses. Para Mendonça, não havia provas do crime de golpe de Estado.
Já Nunes Marques votou por um penas de dois anos e seis meses para os crimes de dano qualificado, porque não havia comprovação dos outros delitos, segundo o ministro. Os demais ministros acompanharam o relator.