O presidente do Ceará, João Paulo Silva, se pronunciou sobre as denúncias de que o time está sendo investigado pela Polícia Civil por suposta emissão de 85 notas fiscais ‘frias’ durante o ano de 2023. Conforme o inquérito, o clube teria utilizado um contrato com a casa de apostas esportivas Estrela Bet para emitir mais de R$ 45 milhões em 85 notas fiscais que eram canceladas dias depois. Em sua defesa, João Paulo disse que ‘não foram emitidas notas fiscais “frias” e sim notas fiscais do clube que representavam os efetivos recebíveis pelo referido patrocínio, conforme contrato assinado entre as partes’.

“Talvez o cancelamento das notas fiscais não tenha sido o procedimento adequado. Porém, ninguém teve qualquer prejuízo ou ganho em face desse cancelamento. A emissão dessas notas fiscais e o seu cancelamento não interferiu no pronto pagamento dos empréstimos junto aos fundos e nem trouxe qualquer prejuízo para o clube, pois o patrocinador foi substituído por outro de valor superior”, diz o presidente do clube.

Segundo as investigações, as notas serviam como garantias para empréstimos que o clube fazia com um fundo bancário. Porém, eram canceladas até 72 horas depois de emitidas. A Estrela Bet alegou que o clube cometia eventual crime com a prática e rompeu o contrato.

“É comum no mercado do futebol nacional, os clubes operarem com empresas de crédito fazendo antecipação de recebíveis, que nada mais é do que empréstimos que são quitados com os valores recebidos pelo clube ao longo da temporada. Frise-se que não há obrigatoriedade para emissão de notas fiscais para os contratos de patrocinadores, sendo uma mera liberalidade do clube”, se defende João Paulo.

Segundo a investigação, a operação do Ceará consistia em emitir notas que atestam que ele vai receber um valor da Estrela Bet. O fundo financeiro antecipava o dinheiro, aceitando receber a nota fiscal como garantidora quando o patrocinador fizesse o pagamento. Porém, dias depois a nota era cancelada.

“Não existe nada de irregular! Já visitei pessoalmente todas as autoridades, e deixei todos os meus contatos à disposição para quaisquer esclarecimentos. Sempre estarei à disposição da justiça. Sou uma pessoa séria e honesta. Reitero meu compromisso incessante de fazer tudo que estiver ao meu alcance para manter o Ceará Sporting Club disputando em alto nível na Série A”, finaliza.

Vazamento das informações

Ainda na nota, o presidente disse que o processo segue em segredo de Justiça e que não poderia dar mais informações sobre o caso. Na nota, João Paulo acusa a oposição do clube em vazar as informações e cita ‘perseguição política’.

“O que se teve conhecimento até agora é de que esse vazamento era planejado para o dia das eleições do clube, com a finalidade de interferir diretamente no resultado”.

Em nota, a Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) informa que não se manifesta sobre casos que correm em segredo de Justiça.

Fonte: DN

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