O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode receber Nicolás Maduro pela segunda vez no Brasil neste ano.

O ditador foi convidado para participar de uma cúpula da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), em Belém, junto dos presidentes dos outros países que integram a entidade.

Além da Venezuela e do Brasil, fazem parte da entidade Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru e Suriname. Segundo a colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo, a expectativa do governo brasileiro é de que todos os convidados compareçam à cúpula da OTCA, marcada para agosto.

Segundo o jornal, dificilmente o ditador venezuelano perderá a oportunidade de viajar ao Brasil para disfarçar seu isolamento internacional. O líder chavista esteve impedido de entrar no país durante quase todo o governo Bolsonaro.

No fim de maio, Maduro esteve em Brasília para um retiro de chefes de Estado da América do Sul convocado por Lula. A visita foi marcada por controvérsia pelas declarações do petista de que a Venezuela era “vítima” de uma “narrativa de antidemocracia e autoritarismo”.

A OTCA, fundada em 1995, teve sua última reunião sediada na Colômbia, em 2019. Na época, a Venezuela não participou da cúpula.

Assim como na reunião de presidentes sul-americanos, o governo Lula sustentará que Maduro foi convidado como chefe de Estado de uma nação integrante da OTCA.

Lula relativizou a “democracia” na Venezuela

Na quinta-feira 30 de junho, ao ser questionado durante uma entrevista à Rádio Gaúcha sobre o autoritarismo no país vizinho, Lula respondeu que “o conceito de democracia é relativo” e alegou que a Venezuela “tem mais eleições do que o Brasil”. Ao ser novamente questionado pelo repórter sobre o tema, o presidente foi além.

“Quem quiser derrotar o Maduro, derrote nas próximas eleições e assuma o poder”, disse Lula, ignorando os indícios de fraude eleitoral e perseguição sistemática à oposição pelo regime de Maduro.

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