Depois de quatro adiamentos, e 11 meses após a divulgação de um dos maiores escândalos contábeis do Brasil, as Lojas Americanas divulgaram na manhã desta quinta-feira (16) seu balanço de 2022, o rombo total foi de 25,2 bilhões. A rede de varejo teve prejuízo de R$ 12,912 bilhões em 2022, ante perda de R$ 6,237 bilhões em 2021. A dívida líquida do grupo estava em R$ 26,287 bilhões, salto de 85% em um ano.

O último balanço divulgado pelas Americanas, antes da descoberta do rombo, foi o do terceiro trimestre de 2022, revelado em novembro do ano passado. No acumulado do ano até setembro, a perda foi de R$ 447 milhões, crescimento de seis vezes na comparação com o mesmo período de 2021.

Já o endividamento reportado ao final de setembro do ano passado era de R$ 5,3 bilhões, número cinco vezes menor do que o revelado agora para todo o ano de 2022. A rede informou nesta quinta que tinha um endividamento de curto prazo de R$ 37 bilhões e despesa financeira de R$ 5,2 bilhões.

O Ebitda – que são os lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização – foi negativo em R$ 2,927 bilhões em 2022, enquanto o caixa da companhia terminou o ano em R$ 6 bilhões e o capital de giro em R$ 2,5 bilhões, com uma piora de R$ 1,2 bilhão. Já a receita líquida ficou em R$ 25,809 bilhões, aumento de 14,6% em um ano.

Com os números divulgados, a prioridade agora é tentar chegar a um acordo com credores para salvar a rede de varejo. As demonstrações contábeis são peça essencial para os credores entenderem a viabilidade operacional das Americanas, comenta um banqueiro que ainda vai avaliar os números, segundo ele, “com lupa”.

Após o rombo, revelado em 11 de janeiro, a publicação do balanço de 2022 foi anunciada para março. Depois, postergada para agosto, em seguida para outubro e depois para 13 de novembro. Na madrugada do dia 13, foi novamente adiada para esta quinta-feira.

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