Os moradores das comunidades de Queixada, Vila Nova e Bom Jardim, localizadas na zona rural da região do Maciço de Baturité, sentiram o temor de ficarem ilhados após o transbordamento do Rio Choró, que atravessa a principal estrada de acesso à sede do município de Itapiúna — a 109,6 km de Fortaleza.
Segundo moradores, a passarela foi invadida pelo rio desde o início de março, quando as chuvas começaram a ficar mais intensas, fazendo com que o nível da água ficasse muito elevado e nenhum veículo automotivo conseguisse trafegar pelo local.
Sendo assim, serviços triviais, tais como de saúde, educação, comércio, entre outros, por estarem no centro de Itapiúna, se tornaram inatingíveis a estes moradores. Para tanto, alguns civis tiveram que se arriscar a andar pelo Rio, como mostra o vídeo abaixo:
Agora, com o nível um pouco menor, motos e picapes já são capazes de se locomover pela região, mas com muitos esforços e cuidados com pedras e ladeiras.
Evilaudo Silva, de 35 anos, pai de três filhos, saiu da comunidade Queixada para ficar em Maracanaú, a 23,6 km de Fortaleza, até que o problema fosse solucionado. Durante a mudança, ele conta que não conseguiu atravessar o Rio de carro. “E de moto, quase não passa. Fica muita pedra, muita areia, ainda sim é muito arriscada a travessia”, conta.
Canoa
Assim como revela o morador Simão Freitas, 26, “uma canoa resolveria tudo”. Simão pediu, na semana passada, à Prefeitura de Itapiúna, pelo transporte. A demanda foi atendida na última quarta-feira, 5, mas não era eficiente o bastante para suportar a correnteza do Choró.
“Uma canoa chegou, mas não era boa para rio corrente, é boa para água parada. Tinha que botar uma força enorme para segurar ela. A tendência é que ela fosse levada, aí não tinha condições. Veio e não serviu de nada”, revelou.
Rochely Ferreira, secretária de Gabinete da Prefeitura de Itapiúna, salienta que o pedido de troca da canoa imprópria foi feito e entregue na tarde desta segunda-feira, 10. Ainda conforme Rochely, os civis terão direito a duas canoas. No entanto, ainda não há previsão para sua entrega.
A secretária também afirmou que está “acompanhando a situação das comunidades”. “Pedimos desculpas à população por qualquer transtorno causado e nunca deixaremos os munícipes sem assistência”, pontuou trecho da fala.
Fonte: O Povo