Na decisão em que autorizou a Operação Contragolpe, realizada nesta terça-feira (19) pela Polícia Federal (PF), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), citou a si mesmo nada menos do que 44 vezes, em mais um episódio que denota a participação do magistrado como juiz e vítima em um mesmo processo.
A operação em questão apura um suposto plano, denominado “Punhal Verde e Amarelo”, que seria executado no dia 15 de dezembro de 2022, voltado ao homicídio do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB). Moraes também estaria entre os alvos.
Em uma das citações a si mesmo, Moraes diz que “a investigação logrou êxito em identificar novos elementos de prova que evidenciaram a efetiva realização de atos voltados ao planejamento, organização e execução de ações de monitoramento” de seus passos.
– A partir da realização da Operação Tempus Veritatis e da análise dos dados armazenados nos telefones celulares apreendidos em poder de Rafael Oliveira [um dos investigados], “a investigação logrou êxito em identificar novos elementos de prova que evidenciaram a efetiva realização de atos voltados ao planejamento, organização e execução de ações de monitoramento do ministro Alexandre de Moraes” – disse.
Na ação policial, foram presos quatro militares do Exército e um agente da PF, além de serem cumpridos três mandados de busca e apreensão e 15 medidas cautelares diversas da prisão. O Exército Brasileiro acompanhou o cumprimento dos mandados, que foram efetivados no Rio de Janeiro, Goiás, Amazonas e Distrito Federal.