No dia 7 de outubro de 2024, enquanto eventos ao redor do mundo afora relembravam as vítimas dos ataques terroristas em Israel um ano antes, o embaixador do Irã no Brasil sentou-se diante do computador para participar de um evento virtual que comemorou a morte de 1.200 pessoas, a maioria delas civis, e o rapto de 251. Adbollah Nekounam Ghadirli, o mais alto diplomata iraniano em solo brasileiros, foi a atração principal de um convescote, transmitido ao vivo, para celebrar a “Dilúvio de Al-Aqsa” — nome dado pelo grupo terrorista Hamas ao morticínio, onde o próprio classificou Israel como Câncer.

Para o embaixador, Israel é um “câncer”. Uma “glândula cancerosa”. Os grupos terroristas são “a resistência”. O funcionário encarregado de traduzir as falas do diplomata aparentava ter gagueira, o que torna a transmissão ainda mais torturante.

“Essa resistência do povo palestino que todos que buscam a liberdade contra o regime sionista tem que ser mostrada para o mundo todo”, disse Ghadirli.

O evento foi liderado Marcos Tenório, um pernambucano que se converteu ao Islamismo e agora usa o nome social de Sayid Tenório. Ele é vice-presidente do Instituto Brasil-Palestina (Ibraspal), que tem um longo histórico de defesa de grupos terroristas.

Além de Tenório e do embaixador, a celebração também teve a participação de uma professora da UnB (Universidade de Brasília) e de um editor do site de extrema-esquerda Brasil 247.

O evento foi transmitido por conjunto de nove canais de extrema-esquerda. No canal do Ibraspal no YouTube, o vídeo teve apenas 32 visualizações em seis dias. Mas o total desinteresse do público pelos apologistas do terrorismo não diminui a gravidade da situação.

“Ações heroicas” do Hamas

Já nos primeiros segundos de sua fala,Tenório destruiu qualquer esperança de que o evento apresentasse uma análise crítica do 7 de outubro. Era, simplesmente, uma celebração de ataques terroristas que resultaram na morte de centenas de pessoas a sangue frio.

“A data de hoje, ela é uma data muito especial, não somente para o povo palestino mas para todo o Oriente Médio e para todo o mundo livre. Há exatamente um ano, teve início a heroica operação Dilúvio de Al-Aqsa”, comemorou.

Segundo ele, o ataque foi uma ação “legítima do ponto de vista do direito internacional”.

Tenório é o homem que, depois de se reunir com figuras do primeiro escalão do governo e de garantir um emprego em um gabinete do PCdoB na Câmara dos Deputados, foi rejeitado até mesmo pela esquerda radical brasileira. Ele acabou escanteado quando publicou comentários em que debochava das vítimas dos ataques de 7 de outubro.

No evento de 7 de outubro de 2024, as únicas palavras de condenação à violência a saírem da boca de Tenório foram as dirigidas a Israel por ter agido de forma “sorrateira” e “covarde” no ataque que matou o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah.

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