O jornalista português João Paulo Batalha publicou na revista Sábado uma crítica ao Fórum de Lisboa, também conhecido como “Gilmarpalooza”, evento realizado pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na capital portuguesa. – E se esse encontro de confraternização e palmadinhas nas costas acontecesse às claras, com datas marcadas e site na Internet, disfarçado apenas pelo véu (aliás, muito transparente) de um evento académico? Diria talvez, para usar a expressão muito portuguesa, “quem não tem vergonha, todo o mundo é seu”. Bem-vindo ao “Fórum de Lisboa” – diz trecho do artigo.

O festival foi criticado por reunir entre os convidados alguns empresários que possuem processos no STF. Para Batalha, o encontro “é corrupto”, ou no mínimo, “estava a violar o seu mais elementar dever de reserva e recato” por expor o ministro a conflito de interesses.

O jornalista português se refere à participação de representantes de 12 empresas com processos no STF, incluindo integrantes de empresas que foram beneficiadas pelo Judiciário brasileiro no âmbito da Operação Lava Jato. Para ele, o evento de Gilmar Mendes é “uma conferência que é, na verdade, uma transumância [migração periódica] de lóbis brasileiros para a capital portuguesa”.

No artigo, o jornalista vai questionar porque viajar 7 mil quilômetros para fazer um evento com personalidades brasileiras. Por fim, ele diz que o Gilmarpalooza que “a festa do arranjinho brasileiro em Lisboa é a institucionalização da promiscuidade e o triunfo do poder total, em que dinheiro, política e lei se misturam na mesma agenda”.

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