O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, criticou o Brasil pela postura na conferência sobre a guerra, realizada neste fim de semana na Suíça. O governo brasileiro rejeitou assinar declaração pela paz no país do leste europeu, que há mais de dois anos trava guerra contra os invasores russos. “Assim que o Brasil e a China aderirem aos princípios dos países civilizados, nós ficaremos felizes em ouvir suas opiniões”, disse Zelensky, ao fazer menção a outro país que recusou chancelar a declaração pela paz. “Mesmo que elas não coincidam com a da maioria do mundo.”
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil reconhece a necessidade de denunciar a guerra. O órgão aponta, de acordo com o jornal Folha de S.Paulo, a “postura considerada arrogante” de Zelensky como um obstáculo ao diálogo. A Índia, por seu peso geopolítico, foi destaque na rejeição ao comunicado final.
Chineses e brasileiros haviam concordado em propor uma cúpula que envolve ucranianos e russos. Entretanto, a China não enviou representantes para o evento na Suíça.
A presença do Brasil foi limitada à embaixadora no país. Isso porque o presidente Luiz Inácio Lula da Silva preferiu voltar antes da Europa antes da cúpula. O presidente brasileiro passou pela Itália e justamente pela Suíça em mais uma viagem internacional.
Críticas de Zelensky à diplomacia brasileira
Não é a primeira vez que o presidente da Ucrânia se queixa da diplomacia do governo Lula. O presidente brasileiro buscou trazer a questão para si, mas a manutenção dos laços com a Rússia turvou sua imagem de neutralidade. Nesse sentido, em entrevistas recentes, Zelensky foi crítico ao Brasil.
Na cúpula, além do Brasil, que não iria votar de todo modo, boicotaram o comunicado final países associados ao que se convencionou chamar de Sul Global, nome impreciso para o bloco de nações que não são automaticamente ligadas aos Estados Unidos ou à China.