A região da cidade de Santa Cruz do Sul é um retrato do cenário de todo o Estado do Rio Grande do Sul. Localizada nos vales do Rio Pardo e do Taquari, a região ficou submersa. O deputado federal Marcelo Moraes (PL-RS) foi um dos que permaneceram ilhados por dias no local, que, segundo ele, sentiu falta da ajuda do governo federal. Coube aos voluntários e brigadas locais o trabalho de salvar vidas e resgatar as pessoas das áreas de perigo.“Aqui na minha região, até agora as quatro aeronaves do governo federal, apropriadas para esse tipo de situação, não chegaram, o governo federal tem falhado conosco”.
“Agora elas não são mais necessárias aqui, precisávamos delas para resgatar pessoas dos telhados e este tipo de situação. Quem fez isso foram helicópteros de brigadas militares e da polícia civil.”Marcelo Moraes criticou a postura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em relação ao drama que assolou o Estado, depois das chuvas que, desde segunda-feira 29, fizeram as águas dos rios subirem vários metros. As do Guaíba, por exemplo, chegaram a 5,3 metros, recorde na história.
“O Lula desembarcou aqui, falou em Gre-Nal e colocou para o Legislativo a responsabilidade de aprovar emendas para a região”, desabafou o deputado.
“Lula está tão fora da realidade que ele não percebe que, nem todas as emendas somadas seriam capazes de resolver uma fração do estrago que assolou a região. Da minha parte, direcionaria todas as minhas emendas para resolver o problema das enchentes.”
Hospitais também ficaram vulneráveis com as enchentes
Moraes contou que ele mesmo tem percorrido a região para ajudar as pessoas afetadas pelas inundações. Em Rio Pardo, por exemplo, a água destruiu pontes e subiu, ameaçando esbarrar nos fios elétricos de postes. A energia teve de ser desligada.
“Com isso, o hospital local ficou sem energia, eu mesmo fui levar um gerador para lá”, disse o deputado.
Os hospitais, ressalta ele, também ficaram vulneráveis com as enchentes. Em Candelária, por exemplo, pessoas precisavam de hemodiálise com urgência e não havia recurso para serem atendidos.
Até este domingo, Moraes estava ilhado na região. Agora, ele conseguiria chegar a Porto Alegre, dando uma volta enorme pelas estradas, via Pelotas, o que aumentaria, em função das áreas inundadas, o trajeto de 150 km para cerca de 700 km.O deputado conta que outra questão importante para aquelas regiões ainda isoladas é a chegada de suprimentos básicos.
Há pessoas precisando de comida e utensílios de higiene com urgência”, afirmou.Em outras regiões cujas águas já baixaram, a necessidade agora é iniciar a reconstrução, afirmou o parlamentar. E a participação do governo federal precisa ser efetiva, segundo ele.
“Não adianta apenas enviar recursos, é preciso desburocratizar e liberar de maneira ágil, que atenda as necessidades emergenciais da região”, destacou Moraes. “Nosso objetivo primeiro foi salvar vidas, depois levar suprimentos para os ilhados, e, agora, em cidades da região, pensamos em uma reconstrução básica, prefeituras já começaram a mobilizar maquinário para repor minimamente o asfalto para tráfego nas vias e rodovias. Mas sem o braço do governo federal, não será possível.”