A Polícia Federal (PF) intimou Alexandre Kunz, brasileiro que mora na Inglaterra e que interpelou o ministro Luís Roberto Barroso durante uma palestra na Universidade Oxford em junho de 2022. O depoimento foi prestado via aplicativo e foi prestado ontem (2). – Será que eles vão me investigar agora por eu discordar do ministro Barroso quando ele veio aqui em Oxford falar que os votos seriam contados manualmente [se o projeto do voto impresso auditável fosse aprovado]? Ou porque eu falei para ele que a grande maioria da população estava indignada com tudo o que ele e alguns ministros estavam fazendo com o Brasil? – questionou.

Por meio de vídeo nas redes sociais publicado na última quarta (27), Kunz afirma não saber o motivo para ter sido intimado.

Residente da Inglaterra há dez anos, Kunz argumenta que não atacou a instituição STF, mas sim os ministros especificamente. Para ele, a Polícia Federal estaria perseguindo a direita no Brasil.

– Minha pergunta é: será que a polícia que vai me investigar é a que está investigando se Bolsonaro importunou uma baleia? É a polícia que está perseguindo a direita no Brasil? Porque se você é de oposição, se você não concorda com esse governo, ou com alguns ministros, provavelmente você irá receber uma carta dessas. Se não, você não está sendo oposição o suficiente. Essa democracia relativa brasileira. Ou será que é a polícia que está atrás de bandidos, criminosos, assaltantes? Qual é a polícia que está me intimando, eis a questão – completou.

O confronto ocorreu durante a palestra de Barroso no Forum Brazil UK, feita por estudantes de Oxford e da London School of Economics and Political Science. Na ocasião, Barroso falava sobre os desafios que encontrou na presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) quando citou o que chamou de o enfrentamento ao “abominável retrocesso que seria a volta ao voto impresso com contagem pública manual”.

Na ocasião, ele foi confrontado por integrantes da plateia, incluindo Kunz, que negaram que o projeto incluísse contagem manual e criticaram a postura dos ministros da Corte.

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