O prefeito de Juazeiro do Norte, Glêdson Bezerra (Podemos), realizou uma coletiva de imprensa, nesta quarta-feira (13), para falar sobre a operação realizada pelo Ministério Público do Ceará (MPCE), que realizou 14 mandados de busca e apreensão contra ele e outros alvos. O chefe do Poder Executivo municipal acredita estar sendo vítima de uma “artimanha” com o intuito de prejudicar sua imagem perto das eleições onde ele será candidato, lembrando que esse foi um dos poucos prefeitos que apoiou a candidatura de Jair Bolsonaro no interior do Ceará.

Durante a coletiva, Glêdson Bezerra explicou que, antes de sua gestão, o Juazeiro do Norte pagava cerca de R$ 4,5 milhões mensais para uma empresa de coleta seletiva. Após tentativas de contratação de uma nova empresa, por meio de licitação, o município diminuiu o valor para R$ 2,16 milhões. “Ocorre que os vereadores de Juazeiro do Norte ingressaram com ação na Justiça, alegando inexequibilidade, no popular, dizendo que não era possível fazer a limpeza da cidade com um valor tão barato”, relatou o prefeito.

Ainda de acordo com o prefeito de Juazeiro do Norte, a cidade recebeu, em junho de 2023, a visita da Procuradoria de Justiça dos Crimes contra a Administração Pública (Procap), do MPCE. “Toda documentação que eles pediram, receberam. Nós disponibilizamos uma sala para que ali sentassem e fizessem toda avaliação. Entregamos caixas e mais caixas de documentos além do que está constando no Portal da Transparência de nosso município, que tem o selo diamante da Atricon como um dos portais da transparência mais completos no Brasil, e entregamos tudo em tempo real”, ressaltou.

Após a visita da Procap, Gledson participou de uma audiência no próprio órgão, onde firmou estar com medo de ser vítima de politicagem e, então, apresentou prints de grupos de WhatsApp em que pessoas, que seriam ligadas à oposição política, diziam que ele seria vítima de uma operação policial com a finalidade de desgastar a imagem dele.

Posteriormente, segundo o prefeito, durante jantar com o Ministro do Turismo em Juazeiro, o vereador Beto Primo teria ouvido do atual presidente da Câmara Municipal o conselho para que se afastasse de Glêdson, pois haveria uma operação neste ano para desgastar a imagem dele, e que ele seria afastado no mês de março. “Diante dessa afirmação, falei para o vereador que era uma afirmação grave, e disse que ia fazer essa denúncia no Ministério Público. E ele disse que poderia fazer a denúncia, porque ele estava ali para comprovar. Assim eu fiz. Denunciei no MP e contei, narrei, o que estava acontecendo”, disse.

“Eu aproveito para dizer a vocês que o que existia em Juazeiro do Norte era um gravíssimo caso de corrupção, de crime, de desvio. Que, se nós tivéssemos a seriedade necessária neste país, já era para as pessoas estarem atrás das grades, na cadeia, porque eu baixei de R$ 4,5 milhões um negócio desses para R$ 2,2 milhões. Qual é a explicação lógica que tem para isso? A explicação que eu recebo é, hoje, eu receber a vista da polícia na minha casa”, finalizou.

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