A ciclista Leah Goldstein seria a palestrante principal em um evento sobre o Dia Internacional da Mulher em Ontário, no Canadá. No entanto, ela foi desconvidada depois de descobrirem que, há três décadas, ela atuou nas Forças de Defesa de Israel (FDI). O evento, realizado pela Inspire — empresa focada em projetos de empoderamento feminino — vai ser realizado no próximo dia 8 de março.

“Nosso foco na Inspire foi e sempre será criar espaços seguros para homenagear, compartilhar e celebrar as histórias notáveis ​​de mulheres e indivíduos não binários”, afirmou o grupo, em comunicado. “Em reconhecimento da situação atual e da sensibilidade do conflito no Oriente Médio, o conselho da Inspire irá mudar a nossa oradora principal.”

Marina Rosenberg, vice-presidente sênior de assuntos internacionais da Liga Anti Difamação — organização não governamental com sede em Israel —, disse à Agência Telegráfica Judaica que o caso de Leah reflete uma tendência preocupante.

“Estamos vendo cada vez mais casos de palestrantes israelenses sendo desconvidados simplesmente por causa de sua nacionalidade ou serviço nas FDI”, disse Maria. “Sejamos claros: boicotar os oradores israelenses é prejudicial, contrário à liberdade de expressão e, em última análise, contraproducente.”

Quem é Leah Goldstein, ex-combatente das FDI e ciclista desconvidada de evento no Canadá

Leah Goldstein tem 54 anos. Ela nasceu em Vancouver, no Canadá, mas seus pais são israelenses. Ela cresceu em Israel e serviu nas FDI quando ainda era jovem.

Ela entrou no cenário esportivo internacional em 1989. Naquele ano, venceu o Campeonato Mundial de Kickboxing, na categoria peso galo. Kickboxing é um esporte de combate de contato em forma de boxe, baseado em socos e chutes.

Leah também é ciclista profissional. Em 2011, conquistou a categoria feminina no Race Across America — torneio de ciclismo realizado nos Estados Unidos.

Além disso, Leah é uma palestrante motivacional. Ela compartilha como a força mental a ajudou a superar suas lesões, discriminação e bullyng. Quando jovem, a canadense foi instrutora de comando de elite das FDI e uma policial disfarçada em Israel.

Leah usou seu site pessoal para desabafar. Ela disse que “demorou um pouco para entender a decisão”.

“Como mulher judia, nunca me sentiria ofendida se uma mulher palestina falasse sobre os seus obstáculos e o seu percurso de vida”, desabafou, em seu site oficial. “Achei que era isso que as mulheres deveriam fazer umas pelas outras — ouvir e apoiar! Em vez disso, parece que vocês escolheram ceder às ameaças e ao ódio — e esta é a parte mais triste.”

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