O líder do PL no Senado, Carlos Portinho (RJ), comentou, nesta quinta-feira, 8, a Operação Tempus Veritatis, deflagrada pela Polícia Federal (PF) contra aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. O objetivo da ação é investigar uma tentativa de golpe de Estado depois das eleições de 2022.
“O regime instalado no país, a partir de um inquérito sem precedentes num Estado de Direito, avança ainda mais sobre lideranças da oposição, avança sobre um partido político e sobre, inclusive, membros das Forças Armadas e a própria”, escreveu Portinho no X/Twitter. “Acua, persegue, silencia e aplaca a oposição no Brasil, querendo exterminar politicamente os seus opositores com a ‘mão de ferro’ do Judiciário e a Polícia do Estado. Agoniza a democracia brasileira. Não há quem pare o regime e toda sorte de violações a liberdade, aos direitos e garantias constitucionais sobre pessoas e partidos.”
Hoje, ao todo, a PF cumpre 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão — que incluem a proibição de manter contato com outros investigados, de se ausentarem do país e a entrega de passaportes.
Entre os alvos da investigação estão, o general Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil; Augusto Heleno, ex-ministro chefe do Gabinete de Segurança Institucional; Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa; Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL; Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha; e Tercio Arnaud, ex-assessor de Bolsonaro.
Bolsonaro também foi alvo da PF. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), aplicou medidas restritivas contra ele, como a proibição de deixar o Brasil e a entrega do passaporte no prazo de 24 horas, além da proibição de se comunicar com outros investigados.
A operação da PF
Os mandados estão sendo cumpridos no Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás, Amazonas e no Distrito Federal.
Segundo a operação, o grupo se dividia em dois núcleos de ação: um disseminava a ocorrência de “fraude” no pleito de 2022 a fim de “viabilizar e legitimar” uma intervenção militar.
Já o outro atuava no planejamento para realizar um golpe de Estado, “com apoio de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais em ambiente politicamente sensível”.