A Polícia Federal (PF) apontou que há indícios de rachadinha no gabinete do deputado André Janones (Avante-MG), na Câmara dos Deputados, como revelou a coluna de Paulo Cappelli, no Metrópoles. A corporação pediu, nesta terça-feira (30/1), ao Supremo Tribunal Federal (STF), a quebra do sigilo fiscal e bancário do político.

“Há ocorrência de depósitos fracionados realizados em conta de André Janones, como possível subterfúgio para burlar a identificação da origem desses recursos bem como a comunicação das operações em espécie à unidade de inteligência financeira, com a efetivação de, pelo menos, nove depósitos”, destacou a PF.

Segundo a corporação, os depósitos teriam sido realizados entre 24 e 26 de julho de 2023.

A PF apontou que há inconsistências nos depoimentos dos assessores do deputado federal e ressaltou que a investigação deve ser aprofundada.

“Embora os assessores neguem envolvimento no esquema de ‘rachadinha’, as discrepâncias em seus depoimentos evidenciam a necessidade de um aprofundamento nas investigações A análise conjunta das declarações obtidas nas oitivas com o conteúdo dos áudios (e com as diligências empreendidas) revela uma série de inconsistências e contradições”, pontuou a PF.

A corporação frisou que a quebra de sigilo vai possibilitar a verificação “divergente dos rendimentos legítimos, indicando o recebimento de valores não declarados e/ou a existência de patrimônio a descoberto”.

Um áudio divulgado pela coluna de Paulo Cappelli, no Metrópoles, revelou que o deputado federal pediu que os seus assessores devolvessem uma quantia do salário para abater um suposto prejuízo na campanha de Janones em 2016.

“Algumas pessoas aqui, que eu ainda vou conversar em particular depois, vão receber um pouco de salário a mais. E elas vão me ajudar a pagar as contas do que ficou da minha campanha de prefeito”, disse Janones.

O ministro Luiz Fux, do STF, acatou o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), em dezembro de 2023, e abriu um inquérito para investigar a conduta do deputado federal.

Outro lado

O deputado federal usou as redes sociais para se manifestar sobre o caso e afirmou estar confiante na absolvição.

“Me causa estranheza a PF pedir a quebra de meu sigilo fiscal e bancário, sendo que eu já os coloquei à disposição desde o início das investigações, e até hoje não fui sequer ouvido”, escreveu o político na sua conta na rede social X, antigo Twitter.

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