O Ministério Público de São Paulo (MPSP) negou que tenha ocorrido racismo reverso nas declarações de Marcelle Decothé contra a torcida do São Paulo Futebol Clube e solicitou que a denúncia contra ela seja arquivada. Segundo o portal Metrópoles, no pedido, a promotora de Justiça Maria Fernanda Balsalobre Pinto defende que só existe crime de ódio quando ele ocorre contra comunidades vulneráveis historicamente. Por isso, a denúncia contra a assessora da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, não deveria prosseguir.

– Não existe o reconhecimento do racismo reverso. Razão pela qual não pode ser reconhecido, como fato penalmente típico, o ódio contra brancos, paulistas ou europeus, na medida em que tais grupos foram, historicamente, amplamente hegemônicos e dominantes, jamais experimentando qualquer violação sistemática de direitos pela raça ou origem nacional – disse ela.

O pedido será analisado pela Justiça.

A investigação contra Decothé foi instaurada após a assessora atacar os torcedores do São Paulo, chamando-os de “torcida branca, descendente de europeu safade”.

– Torcida branca, que não canta, descendente de europeu safade… Pior de tudo de pauliste [sic] – escreveu ela, nas redes sociais, utilizando linguagem neutra.

A fala ocorreu logo após o time paulista vencer o Flamengo, para o qual Decothé torce. A assessora se manifestou no mesmo dia em que acompanhou Anielle em viagem a São Paulo para a final da Copa do Brasil.

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