A aprovação do nome de Flávio Dino para o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) parece que vai ser muito mais difícil do que se imagina. Senadores declaradamente contrários a aprovação de Dino, pretendem literalmente atropelá-lo no dia 13 de dezembro, para com isso tentar angariar os votos de alguns indecisos. Literalmente, partiu para o desespero. Esteve até mesmo pedindo ajuda para o ex-presidente José Sarney, seu inimigo histórico no Maranhão.

Por outro lado, Dino parece que está sentindo enorme dificuldade de conseguir os votos que necessita.

Assim, no dia 13, para tentar fulminar Dino, os parlamentares vão questionar o ministro da Justiça tanto sobre a sua omissão em reação aos atos de 8 de janeiro — principalmente sobre as imagens do prédio que foram apagadas — como também sobre casos como a visita dele ao Complexo da Maré, em março deste ano.

Ao indicar Dino, Lula faz concessões ao STF, cujos ministros mais poderosos endossaram a indicação. Ele testa ainda a posição de Pacheco, que parecia estar alinhado às insatisfações dos oposicionistas com a Corte. Por outro lado, o petista não pode ser cobrado em caso de eventual derrota do seu indicado pelos senadores, já que se trata de uma prerrogativa do Legislativo. Se o nome de Dino for barrado, será a primeira vez que isso ocorre desde o fim do século 19, o que representaria um desgaste histórico entre os Poderes da República.

O menor número de apoios na votação no plenário para a aprovação de um indicado ao STF ocorreu com o André Mendonça, ex-advogado-geral da União (AGU) no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que obteve 47 votos a favor em dezembro de 2021. As votações tanto na CCJ como no plenário são secretas.

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