Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) cobraram o Palácio do Planalto em relação aos votos que o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), levou para aprovar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 8/2021, que limita decisões monocráticas, ou seja, individuais de tribunais superiores, como o STF e o Superior Tribunal de Justiça. Nos bastidores, os ministros do STF consideraram “traição” a ação do petista baiano e deram um ultimato ao Planalto: “ou Jaques sai, ou não vai ter mais papo entre o governo e o STF”.
Durante a votação da PEC, que aconteceu na noite da quarta-feira 22, Jaques Wagner declarou voto favorável à matéria no plenário da Casa. Indiretamente, a ação do petista levou mais dois votos consigo: Angelo Coronel (PSD-BA) e Otto Alencar (PSD-BA). Ao todo, a PEC teve 52 votos a favor, sendo necessário, no mínimo, 49. Desse modo, o voto de Jaques pode ter sido decisivo para aprovação da PEC.
A oposição, que não esperava o voto de Jaques Wagner, contava com a ajuda de outros dois senadores que, na hora decisiva, não votaram pela PEC do STF. Messias de Jesus (Republicanos-RR) entrou de licença ontem e Romário (PL-RJ) votou contra a matéria.