O rombo nas contas públicas do governo superou R$ 100 bilhões no acumulado de janeiro a agosto, divulgou nesta 5ª feira (28.set.2023) O deficit primário registrado foi de 103,56 bilhões. Esse é o pior resultado para o período em 3 anos, ou seja, desde 2020 –o 1º ano da pandemia de covid-19. O resultado primário é o cálculo das receitas diminuídas pelas despesas públicas. A conta não inclui o pagamento dos juros da dívida.
Em janeiro, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se comprometeu em um deficit primário de R$ 100 bilhões, ou 1% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2023. Esse valor foi alcançado no 7º mês do ano. Agora, se quiser manter este objetivo, o governo terá que adotar medidas para que o resultado primário não piore até dezembro.
Segundo relatório de setembro do Prisma Fiscal, o mercado financeiro aposta em deficit primário de R$ 106,51 bilhões ao fim de 2023.
O secretário do Tesouro nacional, Rogério Ceron, disse que o objetivo do governo é atingir o “número mais próximo possível” de R$ 100 bilhões. De acordo com ele, houve “alguns eventos” que atrapalharam. Citou:
Diferença da inflação projetada e da que vem se materializando – “Está bem abaixo do que era previsto, principalmente nos índices de atacado, que é afetado por commodities. […] Isso deve tirar uns R$ 20 bilhões a R$ 30 bilhões nominal”;
Voto de qualidade no Carf – “Nós tínhamos lançado como uma MP (Medida provisória) e se transformou em projeto de lei que ficou em discussão para ser aprimorado e foi sancionado agora. Praticamente perdemos o ano de 2023 em relação a isso”.