A Universidade Federal do Ceará (UFC) anulou na última segunda-feira, 8 de janeiro, o edital do programa 2° Innovation Challenge Brasil – Israel, uma parceria com a Universidade Ben-Gurion, em Berseba, que previa a integração de estudantes de graduação e pós-graduação das instituições na troca de informações. A decisão ocorreu após pressão dos estudantes da universidade para a revogação do edital. Em nota, movimentos de juventude declararam ser “lamentável e uma vergonha que, na contramão da crescente onda mundial de repúdio a um dos maiores banho de sangue da história recente, promovido por Israel contra o povo palestino, a UFC divulgue esse tipo de parceria“.
Em nota oficial, divulgada em seu site, a reitoria da UFC admite que a atividade é estritamente acadêmica e fruto de uma parceria de longa data, mas diz que “houve um erro de avaliação na manutenção do calendário, diante da conjuntura política na Faixa de Gaza.”
O que é o Innovation Challenge Brasil – Israel?
Segundo constava no próprio portal da universidade, o objetivo dessa parceria, cujo edital foi revogado por motivos absolutamente ideológicos é “identificar oportunidades de inovação para um desenvolvimento econômico e social inclusivo em soluções aplicáveis tanto no Brasil, quanto em Israel, levando a maiores níveis de produtividade, inclusão, renda e à diminuição de desigualdades econômicas ou sociais regionais, de acordo com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)”
Trata-se de uma iniciativa da UFC e da Ben-Gurion University (BGU) de Neguebe, em parceria com a Universidade Estadual do Ceará (UECE), o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), a Universidade de Fortaleza (Unifor), a Ruppin Academic Center (Ruppin), a Peres Academic Center (Peres) e a Sapir Academic College (Sapir) de Israel.
O programa Innovation Challenge é, como muitos outros programas de parceria entre as universidades de diversos países, uma oportunidade ímpar de troca de experiências e de conhecimento entre jovens estudantes. Mas a secretária de juventude da Federação Árabe Palestina do Brasil (FEPAL), Maynara Nafe, discorda.
Militante anti-Israel na UNE
Maynara Nafe que, além de ativista pró-palestina e militante anti-Israel, é diretora de políticas educacionais da União Nacional do Estudantes (UNE), declarou que houve aumento significativo em investimentos israelenses dentro das universidades brasileiras, o que, para ela, teria a finalidade de “aumentar o soft-power” de Israel.
A UFC tirou do seu site as referências a essa parceria. Algo me diz que isso não faz muita diferença para Israel, mas representa uma grande perda para os estudantes brasileiros e mostra, mais uma vez, como as nossas universidades e, de um modo peculiar as universidades públicas do Ceará, estão não apenas reproduzindo jargões ideológicos de mentes infantis, mas cedendo aos caprichos dessa militância barulhenta em detrimento da excelência da pesquisa.