A Pandemia da Bala no Ceará, continua afetando familiares em todo o estado, dados recentes trazem o aumento desenfreado do crime na cidade de Itapipoca, que devido a um conflito entre facções, viu seu crime crescer no ano de 2023 em 1000% o número de homicídios na cidade dos 3 climas.

Conforme dados da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), no primeiro semestre deste ano, Itapipoca registrou 32 assassinatos; em todo o ano passado, cinco mortes haviam sido registradas, sendo três no primeiro semestre.

De acordo com os órgãos de segurança, a onda de violência se deve a um rompimento ocorrido dentro da facção Comando Vermelho (CV), que levou ao surgimento de um novo grupo, conhecido como Massa Carcerária ou Neutros.

Dessa forma, conforme os textos, dois homens apontados como chefes do CV em Itapipoca, Danilo Sousa Rios, conhecido como Ferrari, e seu braço direito, Francisco Anísio de Sousa Santos, conhecido como Capoeira, romperam com a facção, “decretando a morte daqueles que não se submeterem a essa nova ordem”.

De outro lado, Márcio Elano Barroso seria o chefe do CV no Município. Nas redes sociais, os criminosos passaram a fazer ameaças uns aos outros exibindo armas de grande poder de fogo, como fuzis.

Outra estratégia utilizada, diz relatório técnico da Coordenadoria de Inteligência (Coin) da SSPDS, é a entrega de cestas básicas para moradores, a fim de “aproximar a população da facção criminosa”.

Com base nas publicações nas redes sociais, na última terça-feira, 18, o Ministério Público Estadual (MPCE) denunciou oito pessoas por envolvimento com as duas facções.

Entre eles está Ferrari, que foi preso em 15 de junho último em Balneário Camboriú (SC). No celular da companheira dele, Hadassa Irineu Alves, a investigação encontrou anotações que seriam referentes ao tráfico de drogas que citavam valores que ultrapassavam R$ 100 mil.

Além do casal, foram denunciados pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco): Antônio Alisson Lima Brandão, o “JJ”; Expedito Viana de Melo, o “Nego Expedito”; Francisco Anísio de Sousa Santos, o “Capoeira”; Gleison Gomes de Oliveira, o “Zé Caboco”; Felipe Oliveira Domingues, o “Felipe Deputado”; e Márcio Elano Barbosa de Sousa.

Todos foram denunciados pelo crime de integrar organização criminosa.

Início do Conflito

Um relatório de inteligência elaborado pelo 11º Batalhão de Polícia Militar, anexado à investigação da Draco, fez uma linha do tempo das organizações criminosas que atuam em Itapipoca.

Conforme o documento, após a morte daquele que chefiou o tráfico de drogas na cidade por mais de 10 anos, Francisco Talvane Teixeira, em 2019, “dois grupos antagônicos, antes unidos pela liderança de Talvane, digladiaram entre si”.

O grupo liderado por Ferrari e Carlos Eduardo Santana Lima, conhecido como Toyota e morto em 2022, conseguiu subjugar o rival, com, pelo menos, sete assassinatos em três anos. Este grupo, que apenas “flertava” com o CV, alinhou-se completamente à facção, diz o relatório, até que houve o rompimento e a criação da Massa.

“Assim, tem início uma onda de mortes e atentados em nossa cidade, determinados por esses dois grupos, de um lado, a denominada ‘Massa’ (Danilo, Capoeira, Cier, JJ, Expedito, Zé Caboclo, Felipe Deputado, Cromatá, etc.), do outro, o ‘CV’ (Elano, Marcos Paraguai, Delano, Anjinho e Lacoste”.

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