O site da revista Oeste traz que cardeal dom Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, em conversas privadas com fieis vem defendendo o padre Júlio Lancellotti e criticando a CPI das ONGs, “o que está em jogo na CPI é a campanha eleitoral de 2024”. Segundo dom Odilo Scherer, o padre é alvo de críticas por ajudar os mais pobres. “É meu vigário para assistir à população de rua”, acrescentou. “Deveria abandonar o padre e lançá-lo às feras?”
Isso porque Júlio Lancellotti é aliado do deputado federal Guilherme Boulos (Psol), pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, “Aconteceu o mesmo nas eleições passadas”, ressaltou, ao lembrar de antigas denúncias contra o padre.
O cardeal argumenta que os vereadores paulistanos “erraram o alvo” ao mirar no padre, embora a investigação se concentre nas organizações não governamentais. “Júlio Lancellotti não tem ONG e não é ONG”, defendeu. “Levantaram suspeitas de que esteja tirando vantagem do tráfico de drogas, da prostituição. Isso dói! Chamar o padre de ‘cafetão da miséria’ é muito baixo.”
A denúncia foi entregue na segunda-feira 22 pelo presidente da Câmara Municipal, vereador Milton Leite (União). Dom Odilo Scherer é quem recebeu o material.
A velocidade do arquivamento se tornou alvo de críticas. A ex-deputada e professora de Direito Janaina Paschoal, por exemplo, disse que a arquidiocese deveria ser mais cautelosa.
“Não existe arquivamento de investigação que não ocorreu”, disse a ex-deputada. “Para arquivar por falta de autoria, materialidade ou provas, é preciso apurar primeiro. Ademais, imperioso lembrar que a certeza absoluta é requerida para fins de condenação.”