A Federação Nacional de Entidades de Praças Militares Estaduais (Fenepe), que representa mais de 40 entidades de policiais militares (PMs) e bombeiros do Brasil, entrou com um processo contra a Globo, a Band e a TV Cultura pelo uso da palavra “chacina” na cobertura da Operação Escudo.
A Operação Escudo começou em 28 de julho, depois do assassinato do policial militar da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), Patrick Bastos Reis. Executada em Santos e Guarujá, no litoral de São Paulo, ela seguiu até 5 de setembro. 22 pessoas morreram.
Os representantes dos PMs querem impedir que a Globo e as demais emissoras usem o termo “chacina” para definir as ações da polícia, o que é considerado uma “ofensa à corporação”.
PMs dizem que Globo, Band e Cultura fizeram cobertura “irresponsável”
O processo corre na 32ª Vara Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP). A Fenepe cita, por exemplo, reportagens exibidas no Jornal Nacional, Bom Dia Brasil, Jornal da Cultura, Jornal da Band e Brasil Urgente.
Os PMs disseram que a Globo, a Band e a Cultura fizeram cobertura “irresponsável” da Operação Escudo.
“As requeridas estão noticiando de forma irresponsável o evento ocorrido, denominando-o como ‘chacina’ e ‘tortura’, cujas notícias estariam afetando a família de diversos policiais/praças militares perante a sociedade civil”, disse a Fenepe.
O órgão também alega que as notícias das emissoras estão “deteriorando” a opinião pública sobre a PM, “criminalizando as ações dos policiais”.
A Fenepe pediu uma liminar para impedir que as emissoras usem os termos “chacina”, “extermínio” e “tortura” em reportagens sobre a operação, com multa de R$ 10 mil por dia em caso de descumprimento.
Fábio de Souza Pimenta, o juiz do caso, negou a primeira tutela de urgência enquanto a ação não é julgada, segundo o F5, da Folha de S.Paulo. Ele vai tomar a decisão depois que as emissoras apresentarem suas defesas.