Um incêndio próximo ao acampamento Terra e Liberdade, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em Parauapebas, no sudeste do Pará, deixou nove pessoas mortas, na noite do último sábado (9), após explosão e fogo na rede elétrica. A Polícia apura as circunstâncias da ocorrência.
A pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, e o presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), César Aldrighi, devem ir ao Pará acompanhar as apurações.
Segundo o MST, técnicos trabalhavam na rede de internet próxima ao acampamento, quando houve uma explosão, que provocou fogo na rede de energia elétrica. As chamas atingiram os primeiros barracos no acampamento. Dois deles foram totalmente destruídos pelas chamas. Três trabalhadores da empresa de telefonia que executavam o serviço e seis moradores do acampamento morreram.
No local, mais de 35 pessoas foram socorridas, algumas com queimaduras, outras por terem inalado muita fumaça. Conforme o MST, 8 pessoas foram encaminhadas com queimaduras, 7 já foram liberadas, e uma continua internada com queimadura de segundo grau, mas o estado de saúde é estável.
Os bombeiros e o Samu foram acionados. A situação é acompanhada pela Secretaria Municipal de Segurança Institucional e Defesa do Cidadão (Semsi), por meio da Defesa Civil de Parauapebas, o Instituto Médico Legal (IML), o Corpo de Bombeiros e as polícias Militar e Civil.
COMO FOI A OCORRÊNCIA?
Representantes do MST concederam uma coletiva de imprensa na tarde deste domingo (10). De acordo com a direção do MST, o serviço não foi contratado pela direção. A empresa de telefonia ofereceu serviços a alguns acampados que precisavam de conexão e contrataram.
O serviço teria se desenvolvido durante toda a tarde de sábado (9) e por volta de 20h, na última parte da instalação, ao tentar fixar uma antena, o equipamento teria entrado em contato com a rede de energia elétrica, e provocado uma explosão. Em seguida, incendiou a fiação de internet, alguns barracos, e a cerca que delimita o território dos assentados. Quando houve a descarga elétrica, os três trabalhadores foram atingidos.
A integrante da direção estadual do MST, Beatriz Luz, disse que à noite (de sábado), os moradores pediram que o trabalho fosse interrompido e retomado no dia seguinte, mas eles não pararam.