No dia seguinte ao trágico falecimento de Cleriston Pereira Cunha, o presidente Luís Inácio Lula da Silva concedeu uma distinção de alta relevância ao ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, responsável pela manutenção de “Clezão”, como era conhecido, na prisão de Papuda e sua consequente morte.
Cleriston, que enfrentava um estado de saúde delicado com mais de 30 intercorrências médicas relatadas e apelos de relatórios médicos por uma resolução mais ágil do seu caso desde fevereiro, não obteve alívio, apesar do parecer da própria Procuradoria-Geral da República para sua liberação desde setembro. Alexandre de Moraes, no entanto, negou-se a proceder com a sua soltura.
Foi neste contexto que, nesta terça-feira, em um ato que despertou indignação, o presidente Lula outorgou a Alexandre de Moraes o grau máximo da Ordem do Rio Branco, honraria atribuída por “serviços meritórios e virtude cívica”. O ministro tem sido referido nas redes sociais pelo epíteto “Assassino de Moraes” em virtude de sua decisão que manteve “Clezão” detido.
Enquanto a cerimônia de condecoração ocorria, não muito longe dali, a família e advogados de Cleriston Pereira Cunha aguardavam com pesar a liberação do corpo no Instituto Médico Legal, num paralelo que ressalta o contraste entre as homenagens e o luto, refletindo o grau de psicopatia dos que comandam o atual regime do Brasil.