O Secretário de Segurança Pública do Ceará Roberto Sá, afirmou em entrevista ao jornal O Globo sobre a crise da segurança pública no Ceará, que não há “dominação territorial” das facções criminosas nas periferias e que a polícia “entra em todas as áreas que tiver que entrar”.

— A gente tem obtido relatos, muitas vezes em OFF. A gente pede muito para que as pessoas façam registro de ocorrência, para poder investigar e chegar aos autores. Infelizmente, esses conjuntos acomodam muita gente. E algumas, infelizmente, às vezes têm membros da família com contato com um grupo. E essa proximidade acaba levando a esse episódio de uma ter uma expulsão ou outra — justificou.

Segundo ele, as facções querem expandir os pontos de venda para ter exclusividade do comércio da droga, “e acaba entrando em conflito com o vizinho”. Sá minimizou o fenômeno dos deslocados urbanos no Ceará.

Tomado por sete facções que disputam o território pelo tráfico de drogas, o Ceará produziu um fenômeno urbano que desafia o Estado, o dos deslocados forçados. Moradoras de áreas controladas por organizações criminosas, famílias inteiras são expulsas, ou “espirradas”, na linguagem popular, pelo simples fato de terem alguma relação com um bando adversário — seja de amizade ou parentesco, ou por serem oriundas de uma área de inimigos. Os criminosos não se apossam somente de casas em comunidades periféricas, mas também de comércios, fazendas e blocos inteiros de conjuntos habitacionais do programa federal Minha Casa, Minha Vida.
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