O Ministro do Trabalho de Lula, Luiz Marinho, novamente voltou a criticar a reforma trabalhista aprovada pelo Congresso Nacional em 2017, que trouxe muitos avanços, como o fim da Contribuição Sindical e menos burocratização para o empregador.

O chefe da pasta classificou a reforma trabalhista de “trágica” e destacou que o governo está incentivando empregadores e trabalhadores a dialogar para encontrar novas propostas. “O empresariado adora um ‘liberou geral’. Mas isso leva a uma insegurança jurídica e competição desleal entre eles”, disse o ministro em entrevista ao portal UOL.

A terceirização aprovada em 2017 é constantemente atacada pelo governo e seus integrantes. Na segunda-feira 5, em um evento em Belo Horizonte, o ministro disse que um grupo está sendo montado para analisar a legislação da reforma trabalhista e propor mudanças.

“É missão desse grupo reorganizar-se para dar voz aos trabalhadores, em especial nas negociações de contrato coletivo”, disse Marinho, sobre a reforma trabalhista. “Dizer que um trabalhador individualmente vai substituir uma negociação coletiva é conversa para boi dormir, ou seja, nós temos que revisar”, afirmou o ministro.

Na entrevista ao UOL, o ministro ainda criticou as empresas de delivery por aplicativo. Ele classificou a relação de trabalho como “aberração”. “Quando se falava em novas tecnologias, o pensamento era que isso seria acompanhado por uma redução da jornada de trabalho. E vemos que ela está apropriada pelo capital para explorar ainda mais a sociedade. Precisamos então questionar: é para isso que queremos as novas tecnologias?”, atacou

O ministro do Trabalho também insiste no fim da antecipação do saque-aniversário. Essa medida funciona como um empréstimo bancário, com teto de juros de 2,05% ao mês. Em contraste, o cheque especial custava, em média, 7,15% ao mês em março, e o rotativo do cartão de crédito quase 15%.

A possível suspensão do saque-aniversário do FGTS retiraria do mercado uma das opções mais acessíveis de empréstimo. Isso ocorreria em um momento em que mais de 70 milhões de pessoas enfrentam restrições de crédito, conforme dados da Serasa Experian.

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