A Corte Internacional de Justiça (CIJ) concedeu, nesta sexta-feira, 1º, medidas provisórias em favor da Guiana e contra a realização do plebiscito proposto pela Venezuela na disputa pela região do Essequibo, território rico em petróleo. Com a decisão, a CIJ espera evitar uma escalada nas tensões.
Em Caracas, o ditador venezuelano, Nicolás Maduro, ignorou a Corte Internacional de Justiça e manteve a votação deste domingo, 3. Ele voltou a usar as redes sociais para argumentar que Essequibo faz parte de seu território.
“Não deixaremos que ninguém nos tire o que nos pertence, nem trairemos os nossos princípios”, escreveu Maduro, no Twitter/X. “Defenderemos Essequibo!”
Na decisão de ontem, a CIJ acatou o pedido da Guiana, protocolado em 30 de outubro, por medidas provisórias até que o caso seja julgado em definitivo. A Corte reconheceu que as últimas ações do governo venezuelano demonstram a urgência de acelerar o julgamento.
Sem citar o plebiscito, a CIJ determinou que nenhum dos países tome medidas para agravar o conflito. Em seu pedido, a Guiana afirma que o plebiscito pretende validar a decisão de Maduro de abandonar o processo e anexar o território, que representa cerca de 70% da superfície da Guiana.
Amanhã, os venezuelanos deverão responder nas urnas se apoiam a criação do Estado chamado “Guiana Essequiba”. A anexação já foi antecipada em mapas divulgados pela ditadura chavista e prevê que os seus 125 mil habitantes recebam cidadania venezuelana.
Guiana é rica em petróleo
O plebiscito é uma resposta da Venezuela ao leilão de exploração de petróleo anunciado pela Guiana neste ano. Caracas alega que país vizinho não tem o direito de explorar as áreas marítimas da região.
Em 2015, a Guiana fechou um acordo de perfuração com a norte-americana Exxon Mobil, depois de uma “descoberta significativa” de petróleo. Em 2018, o caso foi parar na CIJ, que ainda não tomou uma decisão final.
Na quinta-feira 30, Maduro disse que o plebiscito seria realizado de qualquer maneira. “Digo ao governo da Guiana, à ExxonMobil e ao Comando Sul dos EUA: na Venezuela, faça chuva, trovão ou relâmpago, no domingo a pátria será abençoada e o povo estará nas ruas votando”, escreveu o ditador.