A Justiça condenou em segunda instância o pastor Silas Malafaia a indenizar a jornalista Vera Magalhães em R$ 15 mil devido às declarações feitas em relação a sua conduta profissional, ao acusá-la de ser “parcial”. O valor será acrescido ainda de juros e correção monetária. Vera é apresentadora do programa Roda Vida, da TV Cultura, e da rádio CBN.
Em 30 de agosto de 2022, durante o debate na corrida presidencial, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), então candidato à reeleição, ironizou a pergunta da jornalista por considerá-la tendenciosa em favor de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Vera, não pude esperar outra coisa de você”, disse Bolsonaro. “Acho que você dorme pensando em mim. Você tem alguma paixão por mim. Não pode tomar partido em um debate como este. Fazer acusações mentirosas a meu respeito. Você é uma vergonha para o jornalismo brasileiro.”
Nas redes sociais, o líder religioso defendeu Bolsonaro, que foi amplamente criticado por uma parcela da imprensa, sendo acusado de “atacar” a jornalista ao expressar sua opinião sobre ela.
Malafaia afirmou que Vera seria financiada pelo então governador do Estado de São Paulo João Doria para atacar Bolsonaro.
De acordo com o pastor, a jornalista recebia R$ 500 mil por ano para praticar um jornalismo “parcial, que tem lado” no programa da TV Cultura, mantida pela Fundação Padre Anchieta, uma entidade sem fins lucrativos ligada ao governo estadual.
Vera acusou Malafaia de propagar fake news. A sentença em primeira instância foi dada outubro de 2023. Malafaia recorreu e perdeu o recurso.