investigação da Polícia Civil de São Paulo afirma que ao menos dois homens próximos do comando nacional do PRTB fizeram negócios ilegais para o Primeiro Comando da Capital (PCC). A apuração cita Tarcísio Escobar de Almeida e Júlio César Pereira, ambos figuras recorrentes em eventos do PRTB. As informações sobre a investigação foram reveladas nesta quarta-feira (21) pelo jornal “O Estado de S. Paulo”.

Tarcísio Escobar de Almeida já foi presidente do diretório estadual do PRTB, e Pereira seria seu sócio. Os dois, segundo a reportagem, eram pessoas de confiança de Leonardo Alves Araújo, conhecido como Leonardo Avalanche, atual presidente nacional do PRTB e principal apoiador da candidatura de Marçal.

Foi Avalanche quem nomeou Escobar para presidir o PRTB em São Paulo, em março. Ele ficou apenas três dias no cargo, mas, de acordo com “Estadão”, continuou se apresentando como dirigente e participando de encontros políticos, como mostram registros publicados em redes sociais. Na ocasião, Escobar já era indiciado por associação para o tráfico e organização criminosa.

O indiciamento de Escobar e Pereira, conhecido como Gordão, ocorreu em 2023, parte de uma investigação iniciada em 2020 e ainda em andamento. A polícia chegou até eles por meio do celular de um outro investigado por tráfico de drogas. Ligações e conversas mostraram que Gordão e Escobar pediram ajuda daquele criminoso para vender veículos de luxo, como moeda de troca para compra de drogas. O lucro com a venda dos entorpecentes seria dividido entre eles.

Os citados negaram ter relação com o PCC. Avalanche disse estar rompido com Escobar.

O nome de Avalanche também já foi relacionado à facção, segundo reportagem recente do jornal “Folha de S.Paulo”. A publicação obteve um áudio em que o próprio dirigente diz a um correligionário manter vínculos com integrantes da facção criminosa. A gravação seria de fevereiro deste ano. Avalanche afirmou não reconhecer sua voz nem a veracidade da gravação, confirmada pelo jornal com cinco pessoas, duas delas presentes no encontro em que a conversa foi gravada.

Dias depois, questionado sobre essa reportagem, Marçal disse que cabia a Avalanche dar explicações. Em entrevista à jornalista Natuza Nery, ao podcast O Assunto, o candidato também disse que não poderia dar garantias de que seu partido não tem vínculo com PCC.

“Não faz sentido nenhum eu falar ‘eu garanto’. Agora, eu garanto que eu, Pablo Marçal não tenho nenhuma vinculação e não vou baixar a cabeça pra ninguém que é bandido, zero possibilidade de isso acontecer. Agora, o partido, sei lá quantas mil pessoas tem nesse partido”, afirmou.

COMENTAR