Há mais de um mês, o fogo consome o Pantanal, e não há previsão de trégua. Em 16 dias de novembro deste ano, foram registrados 3.098 focos de incêndio no bioma, um recorde histórico para o mês desde 2002. Em relação ao mesmo período de 2022, o aumento de queimadas ultrapassa 1.400%, de acordo com o monitoramento do Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Na quarta-feira 15, o fogo invadiu à Rodovia Transpantaneira, a principal via de acesso ao Pantanal em Mato Grosso, que liga Poconé, a 104 quilômetros de Cuiabá, a Porto Jofre, na divisa com Mato Grosso do Sul. Até agora, o fogo consumiu mais de 1 milhão de hectares do bioma, o triplo do registrado em 2022 inteiro.
Voluntários, bombeiros e brigadistas afirmaram que a situação está fora de controle. Parte da flora e da fauna está destruída. Os incêndios levaram os governos de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, estados que abrigam o bioma, a decretar situação de emergência na região norte do Pantanal.
O tempo seco e a onda de calor favorecem o grande número de incêndios. A causa do fogo ainda está sob investigação. Os especialistas avaliam se os incêndios começaram devido à queda de raios ou por ação humana.
A fumaça dos incêndios no Pantanal tem se espalhado para além do bioma. Imagens captadas por satélites do Inpe mostram o avanço da névoa para região Sul e Sudeste do país, principalmente para os Estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e no norte do Rio Grande do Sul.
Em algumas cidades do noroeste do Paraná, como Paranavaí, é possível perceber a mudança no céu, que apresenta aspecto mais cinza desde quinta-feira 16.
Em Campo Grande, a qualidade do ar piorou nos últimos dias e a névoa dos incêndios do Pantanal se concentram de forma mais densa em Mato Grosso do Sul. Nesta sexta-feira, 17, diversas cidades do Estado amanheceram encobertas pela fumaça causada pelo fogo na região.