O Ministério da Saúde já incinerou R$ 367,9 milhões em medicamentos e insumos desde a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). De acordo com um levantamento feito pela coluna de Tácio Lorran, do site Metrópoles, foram R$ 261,4 milhões em itens destruídos durante o ano inteiro de 2023, e R$ 106,5 milhões entre janeiro e outubro deste ano.
Segundo a coluna, que obteve os dados sobre medicamentos e insumos via Lei de Acesso à Informação (LAI), os itens destruídos são divididos em 1,6 mil lotes e se concentram, principalmente, em anestésicos e bloqueadores neuromusculares. Um dos casos notáveis é do besilato de atracúrio, bloqueador neuromuscular que já teve R$ 73 milhões em produtos incinerados.
Outros casos destacados são do anestésico propofol, com R$ 71 milhões em itens descartados, e do bloqueador neuromuscular besilato de cisatracúrio, com R$ 69 milhões. Considerando apenas esses três medicamentos, o valor de itens incinerados é de R$ 213 milhões, ou seja, quase 60% da quantia total.
À coluna, o Ministério da Saúde justificou, em um ofício, que nem sempre a incineração resulta em perda financeira para a administração pública e que, em alguns casos, é possível obter a restituição de parte do valor com os fornecedores. No entanto, a pasta não informou qual parcela dos R$ 367,9 milhões foi restituída aos cofres estatais.
Além disso, o ministério alegou que as perdas aconteceram, principalmente, em decorrência da pandemia de Covid-19, quando foram compradas grandes quantidades de anestésicos e bloqueadores neuromusculares, que são usados em intubações. O consumo desses medicamentos, porém, teria reduzido a partir do advento da vacinação contra a Covid-19, segundo a pasta.
Contudo, os descartes realizados pelo Ministério da Saúde do governo Lula (PT) não ficam restritos apenas a medicamentos. Em novembro, veio a público a informação de que o governo já havia realizado a incineração de 10,9 milhões de doses de vacinas neste ano. Desse total, 6,4 milhões eram doses contra a Covid-19, mas também havia imunizantes contra outras doenças, como a gripe.