A Assembleia Legislativa do Ceará (Alece) rejeitou, por 25 votos a 7, requerimento (Nº 9351/2023) do Deputado Estadual Cláudio Pinho para que a Casa Civil do Governo do Ceará explicasse os gastos relativos aos contratos de fretamento de aeronaves para transporte do governador Elmano de Freitas (PT). A votação ocorreu durante a sessão desta quinta-feira, 3.
A solicitação, endereçada ao titular da pasta, Max Quintino, foi elaborada pelo deputado Cláudio Pinho (PDT) e subscrita pelos deputados Antônio Henrique, Sargento Reginauro e Felipe Mota. No documento, o pedetista pede informações sobre os destinos, datas e horários dos voos, a quantidade e nomes das pessoas presentes em cada voo, assim como o valor gasto em cada viagem.
“Se faz necessária a transparência do estado do Ceará, que a gente possa ter conhecimento de quantas viagens são feitas”, explicou Cláudio Pinho. “A população precisa saber de que forma está sendo utilizado (o dinheiro). Foram R$ 10 milhões. Se falou hoje aqui (na sessão da Alece) sobre a fome. Se dividir R$ 10 milhões por R$ 300 e dividir por seis meses, dá mais 5.500 pessoas no (programa) Ceará sem Fome”, comparou.
Os dados citados pelo pedestista foram divulgados, em julho, pelo O Otimista. A reportagem mostrava que o Governo do Estado já havia gasto, até aquele período, por meio da Casa Civil, um total de R$ 9.902.185,00 com pagamento de aluguel de dois jatinhos a serviço do governador Elmano.
O Sargento Reginauro, que orientou a bancada do seu partido, o União Brasil, a votar favorável à solicitação de informações, disse que “estranhou” o requerimento não ter sido aprovado em consenso entre os deputados. “A gente tem que saber sim. Ele é o governador do Estado, ele não tem vida privada, tem vida pública. Todos os seus atos são públicos desde que ele assumiu aquela cadeira. Então, ele precisa sim, por uma questão de lei, dar essa satisfação”, ressaltou o parlamentar.
O deputado De Assis Diniz (PT), por sua vez, criticou a proposição e acusou os deputados da oposição de fazerem uso do requerimento para desgastar o governo. “Nós precisamos saber o que está na mesa. O que está na mesa não é transparência, não é preocupação, porque se fosse, secretário de Saúde com cinco meses tira férias e vai pra Europa e eu não vejo essa preocupação aqui elencada”, disse o petista.